Natal da Depressão: comércio abre no domingo, mas amarga paradeira

Alguns avaliam como “pior ano do comércio”

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Alguns avaliam como “pior ano do comércio”

Nem o Natal, nem o fim de ano, nem o domingo: nada disso parece motivar ou, talvez, ‘acalmar’ quem está em alerta para não gastar o que não tem. Neste domingo (18), comerciantes do centro da Capital relatam o que parece um retrato de um dos piores anos para as vendas natalinas. Lojas de roupa que só venderam uma calça, demissão de funcionários e ruas vazias: a menos de uma semana do Natal, comércio amarga paradeira.

“Começamos mal. Semana passada começou a dar uma melhorada, uma movimentadinha. Mas me arrependi de ter aberto no domingo. A expectativa é que melhore semana que vem”, contou o gerente de uma ótica e joalheria, Luciano Mesquita, 26. A “expectativa” a que se refere Luciano é de que muitas pessoas deixam as compras para a última hora.

Para o comerciante, a administração de Campo Grande deveria ter promovido mais eventos ou mesmo decorações que atraíssem a população, já que o ano é de crise econômica. “A noite não está tendo nada”, conta ele, sobre o período noturno – as lojas ficam abertas até às 22h -. “Quem está vendendo bem é a Energisa”, brincam os funcionários, sobre a energia dos estabelecimentos, que funcionam por mais tempo.

Otimista – Gleice Santos, 24, é vendedora de uma loja de roupas há cinco anos. Ela analisa que o ano é preocupante, mas está otimista. Para ela, a próxima semana deve surpreender as lojas. “Não está igual aos outros anos, mas não dá pra reclamar muito. Nos outros realmente foi bem melhor”, conta ela. O último domingo (11), conta ela, não foi bom. Este (18), no entanto, fez a alegria da loja. “A parte da manhã deu bastante gente”, relatou.

No centro, neste domingo, um vazio incomum para o período. Nas ruas, só estavam os buracos. Os funcionários da Solurb, trabalhando na limpeza das vias, eram quase os únicos a ocuparem o calçadão, entre a 14 de julho e a Barão.

Gerente de uma franquia de vestuário na Capital há 7 anos, Paulo Henrique, 32, explicou o que parece um cenário “desesperador”. Em 2015, a franquia tinha 33 funcionários. Em 2016? Apenas 6, de acordo com ele. “Vixe, nem me fale. Olha, isso aqui está horrível. Esse ano nenhum domingo está compensando”, afirmou ele. A loja abre aos domingos desde o mês de novembro. Neste dia 18, Paulo afirma que vendeu apenas um calça jeans.

“Não tenho expectativa não, não acho que vá melhorar”, declara, sobre a próxima semana. “Esse ano não consegui vender 1/3 do que vendi no ano passado”. O gerente também reclama do incentivo tímido ou inexistente da Prefeitura. Além da administração, ele questiona o papel do Sindicato que representa a categoria, que, de acordo com ele, “nem uma propaganda na rádio fez”.

“O Prefeito cobra horrores de imposto, o aluguel está caro. É uma coisa muito doida o que está acontecendo em Campo Grande este ano”.

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