Na rua onde chuva levou asfalto, Puccinelli e Nelsinho são lembrados
Prefeitos mudam, mas obras continuam problemáticas no bairro
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Prefeitos mudam, mas obras continuam problemáticas no bairro
Entra prefeito e sai prefeito e a situação dos moradores do bairro Nova Lima não muda. É só a época de chuva começar que o desespero bate à porta da vizinhança. Sem uma drenagem eficiente, as pessoas que moram na parte baixa do bairro veem anualmente obras de infraestrutura serem levadas pela água.
Na tarde de ontem (18), o asfalto que já foi refeito por diversas vezes, e em diversas gestões diferentes, mais uma vez foi levado pela enxurrada.
Em 2011, um cratera se abriu na Avenida Marquês de Herval, próxima à rua Jerônimo de Albuquerque, a mais prejudicada desta vez. Na época, o então prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) chegou a assinar o decreto 11.658, publicado no Diogrande, declarando situação de emergência nas imediações da erosão localizada na rua Marquês de Herval.
Segundo ele declarou em 2011, um projeto de recuperação teria sido encaminhado ao Ministério das Cidades, mostrando a situação do local com as fortes chuvas e a aprovação de recursos no valor de R$ 5 milhões para a reconstrução.
Fato é que a obra que foi feita em 2001, pelo seu antecessor, André Puccinelli (PMDB), como mostra o totem comemorativo à inauguração do asfalto ainda está lá, mas a obra todo ano precisa ser recuperada.
Maria Isabel Carvalho, de 54 anos, do lar, diz que todo ano é a mesma coisa. A chuva vem, leva o asfalto, a imprena vem, denuncia, mas resolverem o problema que é bom, nada. “Todo ano é isso, não muda nada. Uma vez a Defesa Civil interditou minha casa, fiquei um ano e mio sem poder viver aqui. Fui retirada por ele, até que a obra finalizasse”, diz sobre a abertura da cratera e reconstrução da rua Marquês de Herval.
Ela critica os políticos e pontua que no ano de eleição todo mundo vai lá, diz que vai fazer e acontecer, ma a solução nunca chega. “Os impostos vêm todo ano, mas o transtorno não acaba”, diz.
Vizinho dela, Frederico Perreira, de 46 anos, eletricista, diz estar cansado de promessas. “Eles (os políticos) veem aqui, olham, prometem que vão arrumar, viram as costas e nunca mais”, critica.
Frederico diz ainda ter medo que nova cratera se abra e o transtorne aumente ainda mais. “A gente tem medo, né? Quem viu aquilo, não quer viver outra vez”, avisa.
Chuva leva asfalto
O temporal que caiu na tarde desta quinta-feira (18) em Campo Grande levou o asfalto em um trecho de mais de três quadras na Rua Jerônimo Albuquerque, no Bairro Nova Lima. A chuva de aproximadamente 40 minutos alagou a via, arrancou o asfalto e em alguns pontos abriu crateras próximos ao meio-fio. Várias quadras foram interditadas pelo Corpo de Bombeiros. Alguns veículos chegaram a atolar por causa do barro.
Obra é do tempo de Puccineli e Giroto
A avenida foi construída pela prefeitura de Campo Grande, na gestão comandada por André Puccinelli, sob o comando de seu secretário de Obras, Edson Giroto. As placas comemorativas à inauguração do asfalto ainda estão lá.
O local que foi inaugurado com festa, onde está completamente abandonado, e moradores sofrem com a obra que não consegue drenar a água da chuva. Segundo o moradores, as bocas de lobo da drenagem não dão conta de escoar a enorme enxurrada que desce das ruas arenosas, em uma região nitidamente em declive.
Consertos
De acordo com a Prefeitura, a pavimentação na rua Jerônimo de Albuquerque tem aproximadamente 15 anos e executada pela empresa Equipe. Ainda conforme a prefeitura, equipe de serviços da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) já se encontra no local para reparação do pavimento.
A reportagem foi ao local e não havia ninguém da secretaria consertando os estragos. Ainda conforme moradores, desde ontem nenhuma autoridade foi à região ver como esta a situação.
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