MPF, PF e Funai seguem para área de novo ataque; 3 teriam sido baleados
Já são sete feridos e um morto, nos últimos dois meses
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Já são sete feridos e um morto, nos últimos dois meses
O MP (Ministério Público Estadual), PF (Polícia Federal) e Fundação Nacional do Índio (Funai) seguem na tarde desta terça-feira (12) para a área onde ocorreu um ataque, na noite desta segunda-feira (11), em Caarapó, município a 272 quilômetros de Campo Grande. Já são sete feridos e um morto, nos últimos dois meses, na região.
Conforme o coordenador da Funai em Dourados Vander Nishijima, o fato não ocorreu na Fazenda Yvu, onde, no mês passado, o agente de saúde Clodiodi de Souza, 26 anos, foi morto, porém está localizado na mesma região. Entre os feridos, dois são adolescentes.
“Ainda estamos colhendo informações sobre os três índios alvejados. Um foi ferido no antebraço esquerdo e no tórax, outro no joelho e o terceiro no braço. Entre os feridos dois adolescentes de 17 anos e um de 32. Conforme relatos da comunidade, eles estavam em uma área já retomada, que eles chamam de Guapoy, dançando guaxiré, quando foram surpreendidos a tiros”, disse o coordenador.
Conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a área exata é conhecida como tekoha Guapoy, na Terra Indígena (TI) Dourados-Amambaipeguá I.
As vítimas foram socorridas e transportadas pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e o Hospital da Vida ainda aguarda a chegada dos feridos, que dizem ter reconhecido ao menos três dos agressores da noite desta segunda-feira (11). Autores seriam proprietários e trabalhadores de fazendas vizinhas à aldeia.
A reportagem conversou com o advogado de Silvana Raquel Cerqueira Amado Buainan, proprietária da fazenda Yvu, que ficou de retornar, caso haja alguma infomação de envolvimento de funcionários.
Os feridos também dizem ter comunicado o ataque à Força Nacional de Segurança, que foi ao local onde estariam as caminhonetes dos pistoleiros e retornado recomendando que as vítimas registrassem queixa. Mas os guarani ficaram com medo da polícia e por isso preferiram esperar até o dia seguinte para acionar o socorro direto pela Sesai.
A agente de saúde que atuou nos primeiros socorros aos feridos informou que durante a noite ficaram preocupados porque os ferimentos sangravam bastante.
O jornal Midiamax tentou contato com o presidente da Comissão da Defesa da Terra, do Sindicato Rural de Caarapó Olavo Trindade, para uma posição sobre o ocorrido, mas ele não atendeu as ligações.
ATAQUE ANTERIOR
No último dia 14 de junho, as famílias guaranis-kaiowá que ocupam a fazenda Yvu, em Caarapó sofreram outro ataque. Além da morte do agente de saúde Clodiodi de Souza, 26 anos, Jesus de Souza, de 29 anos, foi ferido na barriga e passou por cirurgia em Dourados, Libesio Marques Daniel, de 43 anos, levou quatro tiros, no tórax, barriga e cabeça, Valdilio Garcia, de 26 anos, foi ferido com um tiro no tórax e passou por cirurgia para a instalação de um dreno e um menino de 12 anos, foi atingido com um tiro na barriga, foi operado e segue consciente.
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