Organização recebeu R$ 3,6 milhões da Prefeitura

Moradores do Bom retiro, remanejados da favela Cidade de Deus em março deste ano, participaram de um protesto na manhã desta sexta-feira (15). Eles acusam a Morhar Organização Social, que recebeu R$ 3,6 milhões da Prefeitura para ressarcimento de despesas na construção de 300 unidades habitacionais, de prometer pagar pelo serviço.

Conforme decreto municipal n. 12.852 o trabalho deve ser realizado em regime de mutirão. Segundo os moradores, eles teriam sido informados de que receberiam pela construção. “Eles passaram chamando os moradores para trabalharem dizendo que iriam pagar pelo serviço, mas não pagaram”, diz a moradora Mirian Silvana.

Rogério Carvalho, que também mora no local, confirma a informação. “Estão recebendo dinheiro, mas não estão pagando a gente. Disseram que iriam pagar porque o serviço é feito durante a semana e impede que a gente trabalhe fora”, explica. Além disso, os moradores reclamam de atraso na entrega dos materiais. “Está faltando o básico”, lamenta. 

Conforme o decreto, cabe a Agência Municipal de Habitação disponibilizar aos beneficiados pelo Projeto “Mutirão Assistido”, assistência técnica de profissionais especializados do ramo de construção civil, para a conclusão das unidades habitacionais, no entanto, com mão-de-obra própria dos beneficiados.

Informações desencontradas a respeito da construção gerou desconfiança entre os moradores. “Acho que está rolando um caixa dois. Estão  recebendo e não estão repassando pra gente porque falaram que iriam pagar pelo serviço”, declara Everton da Conceição.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax tentou falar com um dos representantes da Organização, no entanto, o número está desligado. Não há nenhuma informação sobre a sede da ONG, telefone fixo ou outro contato do local.

Nesta manhã, outro grupo com cerca de 60 famílias remanejadas da Cidade de Deus e levadas para uma uma área no Parque do Lageado, fizeram um protesto pela entrega dos materiais para construção de casas populares. Segundo os manifestantes, das 150 moradias previstas para o local, apenas 15 foram construídas.

De acordo com publicação do Diogrande (Diário Oficial de ) publicado no dia 21 de junho, a vigência do contrato entre a Emha (Agência Municipal de Habitação) e a Morhar Organização Social é de cinco meses contados desde 10 de junho.