Invasores de residencial tem ligações de água e luz cortadas e Defensoria sai em defesa

Famílias tiveram o serviço suspenso há um mês

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Famílias tiveram o serviço suspenso há um mês

A Defensoria Pública saiu em defesa dos moradores do Residencial Sumara, na Vila Ieda, depois que a Energisa e Águas Guariroba interromperam o fornecimento de energia e água dos 24 apartamentos. Segundo os moradores, isso aconteceu há aproximadamente um mês, quando os prédios foram vendidos e o atual proprietário decidiu ‘intimidar’ as famílias, para que saíssem do local, visto que a ocupação é ilegal.

Um dos moradores mais antigos do residencial, que preferiu não se identificar, explicou que mora no local há 8 anos e quando chegou, já haviam famílias ali. “Quando entramos as paredes ainda não eram rebocadas e no contrapiso. Tivemos que arrumar tudo e conseguimos a energia e a água em único padrão para cada prédio”, explicou.

Segundo ele, o consumo, tanto de água quanto de luz, eram gerados por prédio, ou seja, para 12 apartamentos juntos, e a conta dividida entre os moradores mensalmente. A ex-proprietária teria tentado por diversas vezes, recorrer a Justiça para conseguir uma reintegração de posse, mas nunca conseguiu e acabou vendendo os prédios. Assim que assumiu, o novo dono tentou vender os apartamentos para as famílias, que mesmo carentes, manifestaram interesse, mas pediram melhorias, como finalizar a obra, melhorar as instalações de água e luz e pintar os prédios.

“Acho que para nos intimidar, ele decidiu ir até a Energisa e Águas e notificar a situação irregular. Daí eles vieram aqui e suspenderam o serviço. A Energisa até instalou um padrão para cada apartamento, mas quando foram fazer a ligação, viram que estava irregular e pararam tudo. Isso depois de ter levado R$ 5 mil da gente” disse a Euzenir Barbosa, de 50 anos, que mora com 4 filhos e três netos no local.

O estudante Rodrigo Pereira, acrescentou que se tivesse em condições favoráveis, cada apartamento valeria aproximadamente R$ 230 milhões, mas na atual condição, o proprietário está pedindo R$ 100 mil. “Há cinco anos esse terreno era avaliado em R$ 3 milhões”, disse.

Na terça-feira (16) a Defensoria Pública instaurou um Procedimento de Apuração Preliminar (PAP) para investigar a falta de energia elétrica e água no residencial. O PAP está sob a supervisão do Defensor Público dos Direitos à Cidade Sustentável, Meio Ambiente, Urbanismo, Cultura e Lazer, Amarildo Cabral, e foi aberto após reclamação de 21 famílias que estão sem os serviços essenciais, pois a Energisa e a Águas Guariroba afirmam não poder regular o fornecimento.

O argumento das empresas é de que a posse dos imóveis é precária, situação que lhes impede de fazer a correta manutenção do meio ambiente artificial exigida pelo Ministério Público Estadual em uma Ação Civil Pública. O procedimento tem um prazo de conclusão de 45 dias, com possibilidade de prorrogação para o período.

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