Famílias deixam moradias e barracos começam a ser demolidos em favela

 Com lonas, moradores serão levados para novas áreas

 As 390 famílias da Cidade de Deus, cadastradas pela Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) começam a deixar suas moradias. Os barracos serão demolidos após a desocupação que deve ser concluída nesta segunda-feira (7).

Equipes da Emha, SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Guarda Civil Municipal e um grupo de demolição estão orientando os primeiros moradores que deixarão o local ainda nesta manhã.

O moradores serão levados para três endereços. Até o momento a localização das áreas não foi confirmada e informações extraoficiais indicam que um dos terrenos fica no Bairro Vespasiano Martins, próximo do Los Angeles, também na região sul da Capital.

A Prefeitura, por meio da Defesa Civil, disponibilizou lonas para que os moradores possam se instalar nas novas áreas. Caminhões e ônibus também foram disponibilizados para fazer a remoção das famílias.

Moradores do Vespasiano Martins reclamam da possibilidade de construção de barracos no bairro. “Construímos tijolo por tijolo e agora a Prefeitura quer construir barracos aqui. Isso não está certo. Não somos contra a vinda deles para cá, mas não queremos barracos”, diz Joselina Chimendes, que mora há 14 anos na região.

“A nossa preocupação é com a forma com que essas famílias serão instaladas. Não dá para tirar de um lugar o jogar em outro. Aqui não tem posto de saúde, não tem estrutura adequada e ainda vão deixá-los em barraco”, critica a moradora Carmem Farias.

Em dezembro de 2015, o diretor-presidente da Emha, Dirceu Peters, disse que as famílias iriam receber um lote de no mínimo 10 por 20, próximo da Cidade de Deus. Hoje ele informou que os terrenos terão metragens diferenciadas e a distribuição irá obedecer as informações contidas no cadastro.

Peters informou ainda que as equipes da Secretaria vão ajudar a levantar os novos barracos. Conforme a assessoria de comunicação da Prefeitura, as famílias terão crédito no Banco Canindé para poder comprar materiais de construção para poderem construir casas de alvenaria. Ainda segundo as informações, o Município vai subsidiar os terrenos e o valor será dividido entre a Prefeitura e os moradores.