Aluna com gripe está na CTI da Santa Casa

Por recomendação da Semed (Secretaria Municipal de Educação), a direção da Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, localizada no Bairro Estrela Dalva I em Campo Grande, onde dois irmãos do 2º e 3º ano do Ensino Fundamental estão com suspeita de H1N1, pede para que as crianças, professores e administrativos com sintomas de gripe permaneçam em casa até que se recuperem.

Na tarde dessa terça-feira (24), as aulas foram suspensas depois que uma tia das crianças, de 7 e oito anos, informou à escola que a menina do 3º ano está internada no CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensivo) da Santa Casa com suspeita de H1N1 e que o irmão mais novo, do 2º ano, está sendo tratado em casa com Tamiflu, medicamento oferecido à pacientes com a doença.

Ramon Lopes, de 52 anos, tio das crianças, diz que os sobrinhos passaram por exames e a família aguarda o resultado que deve ser divulgado nesta quarta-feira (25). “Não sabemos ainda se é H1N1. Eles fizeram exames e estamos esperando. Ela continua na CTI, apresentou melhora, mas ainda está lá. O meu sobrinho está em casa recebendo a medicação. Só esperamos que eles fiquem bem logo”, frisa.Escola com caso suspeito de H1N1 pede que crianças gripadas fiquem em casa

Na escola onde eles estudam o clima é de alerta. A diretora-adjunta, Gladimar Mariano Cáceres, explica que o feriado prolongado foi antecipado para que seja observado se alunos, professores ou funcionários administrativos apresentam algum sintoma da doença. “Tomamos todas as recomendações básicas, mas é preciso redobrar a atenção”, declara.

Caso haja algum sintoma de gripe, a indicação é de que a pessoa doente permaneça em casa a fim de evitar o risco de disseminação da doença. “Estamos pedindo para que qualquer criança, professor ou profissionais do administrativo que apresentem sintoma de gripe, fique em casa até se recuperar. Temos de evitar a possibilidade de contágio”, afirma.

A diretor-adjunta observa que existem cerca de 1.450 alunos matriculados e 20 estão gripados e que é necessário descartar a possibilidade de estarem com H1N1. O quadro de professores e administrativos conta com aproximadamente 120 profissionais, destes cinco apresentam sintomas de gripe e também devem ficar em estado de observação.

 Aline Machado/Nidiamax

“Temos uma professora bastante gripada. Ela disse que tem rinite, então, pedimos que fosse ao médico e agora ela está de atestado. Fez exame, ainda não sabe o resultado, mas voltará para a escola apenas quando o médico autorizar, disser que ela está bem e que pode dar aula sem nenhum risco, pois, mesmo que ela não esteja com H1N1, a imunidade dela com certeza está mais baixa e ela fica mais exposta”, explica.

As aulas serão retomadas na próxima segunda-feira (30). A diretora-adjunta destaca que principal reivindicação é em relação à vacina. “A maioria não conseguiu a vacina e os que conseguiram tiveram de comprar. Falamos com a secretária da Semed [Leila Machado] e ela nos disse que já verificou com o Ministério Público Estadual e que está aguardando resposta. Os nossos alunos com suspeita de H1N1 seguiam uma rotina de casa para a escola, então é preocupante”, justifica.

Tensão e medo –

João Ferreira, de 39 anos, pai de uma menina, de 6, que estuda no local, relata preocupação. “É preocupante. Os pais têm de tomar mais cuidado. Esse período sem aula vai ser bom para que aqueles que estão doentes possam se recuperar e descartar qualquer risco”, destaca.

A preocupação com a possibilidade de contaminação se espalha entre a vizinhança local. Dona de um estabelecimento próximo da escola, a comerciante de 44 anos, que prefere não se identificar, afirma que recentemente o marido de 48 anos, teve uma gripe forte, e apesar do resultado negativo para H1N1, a família ficou assutada.

“Meu marido ficou gripado recentemente, o médico prescreveu o Tamiflu e não encontramos em nenhuma unidade de saúde. Sorte que não era H1N1. É uma situação muito preocupante de uma forma geral”, diz.

 Aline Machado

Vizinho da escola, o pedreiro José Servan da Fonseca, de 64 anos, também teme que os casos de H1N1 aumentem. “É uma doença muito grave. Fui ao posto quatro vezes para conseguir a vacina, ainda bem que consegui. É um vírus muito perigoso”, frisa.

Mortes por H1N1 –

A doença já matou 22 pessoas em Mato Grosso do Sul, apenas em 2016. Até o momento são sete mortes em Campo Grande, quatro em Naviraí, duas em Três Lagoas e Aquidauana, uma em Jardim, Caarapó, Corumbá, Coxim, Juti, Maracaju e São Gabriel do Oeste. Além de uma morte por influenza B uma cepa da gripe A, registrada na Capital.

O novos casos de morte por H1N1 devem ser inseridos no próximo boletim epidemiológico, que será divulgado pela SES nesta ainda hoje.