Denúncia de contaminação foi divulgada nas redes sociais

 

A Prefeitura de informou por meio de nota oficial no fim da tarde desta quarta-feira (04) que a denúncia de e lixo a céu aberto feita por empresários e moradores da cidade é ‘inverídica, sem fundamento técnico e legal, e ausência de estudos’. Segundo documento, não há como afirmar que o lixo do aterro seja carregado para o Rio Formoso, como divulgado em imagens por empresário da cidade.

De acordo com a prefeitura, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e COMDEMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente) firmou convenio com uma ONG local para monitoramento hidrológico dos córregos urbanos e do . “Já foram realizadas várias coletas, sem encontrar contaminação importante”, cita a nota.

No entanto, a Prefeitura assume que a realiza periodicamente análises da água dos córregos urbanos,”encontrando contaminação por coliformes fecais em períodos de alta temporada e/ou com muita chuva”.

A acusação do empresário Felipe Caran Vizcaino quanto a contaminação do lençol freático foi desmentida. “Não há como afirmar que o lixo do aterro seja carregado pelas águas das chuvas e cheguem ao Rio Formoso. O lixo que chega ao Rio Formoso, em sua maioria vem realmente dos córregos urbanos. É lixo da cidade, que quando mal acondicionado, são dispersos pelos ventos, espalham-se pelas ruas e são carreados para as boca de lobo (captação de águas pluviais) e estes consequentemente desaguam no córrego Bonito e posteriormente no Rio Formoso”.

Segundo nota, os laudos apontam que a amostra está em conformidade com os limites estabelecidos na resolução CONAMA 357/2015, ou seja, que não há qualquer forte contaminação nos rios da cidade.

Sobre acusação de crianças trabalhando no lixão, a nota desmenti a denúncia e cita que somente pessoas autorizadas ou com vínculo com a Associação Recicla Bonito trabalham no local, que não é permitida a permanência de menores de 18 anos .

Em nota, prefeitura de Bonito acusa empresários de mentirem sobre crime ambientalA prefeitura ainda pontua fatores que melhorariam as condições do meio ambiente de Bonito, como implantar caixas para coletar o lixo nas bocas de lobo, barreiras para o lixo não entrar no Rio Formoso, e a a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que segundo nota está sendo investido R$ 2 milhões. Até então, os investimentos estão na casa dos R$ 700 mil em convênios e parcerias para desenvolvimento de projetos ambientais, educação ambiental, entre outros.

Quanto ao lançamento de esgoto no rio, conforme imagem publicado em rede social, a prefeitura esclare na nota que não acontece normalmente. “As imagens de turvamento das águas estão sendo usadas de forma distorcida, durante os meses de janeiro e fevereiro passado, tivemos os maiores índices pluviométricos dos últimos 40 anos, realmente algumas estradas jogam e jogaram sedimentos nos rios”.

Investigação

Apesar da nota, o MPE já afirmou que vai verificar a denúncia. O promotor Matheus Macedo Cartapatti da 2ª Promotoria de Justiça de Bonito informou que vai pedir ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a Polícia Militar Ambiental que façam vistorias no Rio Formoso.

“Formalmente, ainda não trouxeram documentos, mas em razão da repercussão nós resolvemos apurar se é verdade ou não. Instauramos um procedimento e vamos encaminhar ofício ao Imasul e a Polícia Militar para que eles se dirijam ao local e pontuem se há irregularidade”, afirma o promotor.

Segundo Cartapatti, o procedimento para averiguação tem duração de duração de 30 dias, e dependendo do que for apurado, poderá ser aberto um inquérito.

Denúncia

Moradores da cidade, que vivem do turismo, denunciaram por meio de fotos e mensagens em páginas do Facebook esgoto e lixo a céu aberto. Em um dos posts, o empresário Felipe Caran Vizcaino diz que o turismo foi esquecido e os rios assoreados. “O chorume, líquido tóxico produzido pelo lixo, está afetando nossos lençóis freáticos e por estar no morro mais lindo da cidade quando chove o lixo vai parar no nosso Rio Formoso”, cita na postagem.

No domingo (1º), o biólogo e empresário, Breno Teixeira, registrou em fotos a situação do lixão municipal. As imagens mostram a falta de um sistema de tratamento de efluentes líquidos. “Já virou uma piscina de chorume. Tem urubu, e outros animais que vivem lá, sem contar o cheiro forte no local. Tem que ter um estudo mais aprofundado porque tem uma grande produção de chorume, e como não tem solo impermeabilizado, o risco de contaminação é muito alto. Isso, se o lenço freático já não estiver contaminado”, afirma.

De acordo com Breno, o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as consequências ambientais e sociais negativas. Ele afirma que é um descaso e que a sociedade deve pedir providências. “Diferente do que vimos nos últimos anos, a população deve sim se manifestar como estão fazendo, o poder publico deve se empenhar em criar e continuar com campanhas de educação ambiental, parcerias de instituições privadas e públicas devem ser firmadas para que essa mudança ocorra, sem o empenho e a colaboração de todos ficaremos na mesma e correndo risco para nós e para as gerações futuras”, diz em postagem.