Em greve, educadores ‘inauguram’ quadra de meio milhão que não saiu do papel
Obra não tem nem esboço
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Obra não tem nem esboço
Em greve desde quinta-feira da semana passada, educadores de Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande, fizeram na manhã desta sexta-feira (1) a inauguração simbólica de uma quadra poliesportiva na Escola Indígena Araporã, na Aldeia Bororó. Orçada em R$ 509.968,20, a obra até agora não saiu do papel, embora a placa instalada no local pela prefeitura indique que a entrega ocorreria hoje (veja vídeo).
Como a administração do prefeito Murilo Zauith (PSB) não deu início sequer a um esboço dessa estrutura tão aguardada pelos estudantes da Reserva Indígena, os educadores improvisaram a cobertura com uma lona preta. Foi mais um protesto da categoria que critica o prefeito por não cumprir acordos de valorização profissional e salarial já firmados em 2014, ano em que duas greves foram deflagradas.
Professores e servidores administrativos da rede municipal não estimam qualquer previsão para encerrar o movimento grevista que afeta ao menos 28 mil estudantes. A categoria reclama que não há abertura para diálogo por parte do prefeito. O gestor municipal, por sua vez, já mandou o recado através de secretários e diz que só negocia se a paralisação chegar ao fim.
Enquanto não conseguem os avanços almejados na questão salarial, os educadores engrossam as críticas a Zauith e agora passam a apontar outras falhas que creditam ao prefeito. Diretor-adjunto da Escola Municipal Indígena Agustinho, onde também há uma obra inacabada, Cesar Fernandes Riquerme Benites explica que os moradores da Reserva Indígena têm cobrado os educadores sobre as tão esperadas melhorias estruturais.
“As pautas que nós temos na educação indígena são as mesmas que o Simted [Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados] tem apresentado, que é o Piso para 20 horas para professores e reposição para administrativos. Mas na Aldeia Bororó são três escolas que estamos com a questão da quadra de esporte. A data que seria inaugurada seria hoje. Foi lançada há três anos, quando nos mostraram o projeto e ainda não aconteceu nada. Tanto a nossa Agustinho quanto a Araraporã”, disse ao Jornal Midiamax.
Outras demandas do setor, como um concurso público específico para a educação indígena e a construção de mais salas de aula, devem entrar num documento a ser entregue ao MPE (Ministério Público Estadual) na segunda-feira (4). “Hoje fizemos uma inauguração simbólica para dizer que nossa comunidade está esperando e mesmo com as datas não cumpriram. A comunidade cobra de nós educadores”, afirmou o diretor-adjunto.
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