Descuido ou negligência? Acidentes domésticos mataram seis crianças nos últimos meses
Acidentes mais comuns são queimaduras
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Acidentes mais comuns são queimaduras
Somente entre os meses de junho e outubro seis crianças morreram vítimas de acidentes domésticos em Mato Grosso do Sul. Descuido ou negligência, casos do tipo têm se tornado cada vez mais frequentes no Estado e segundo especialistas, na maioria das vezes imprevistos poderiam ser evitados se adultos se atentassem a pequenos detalhes que geralmente passam desapercebidos.
De acordo com o coronel Robinson Moreira, do Corpo de Bombeiros, os acidentes mais comuns são queimaduras provocadas por explosões, além de afogamentos em piscinas e bacias. Na lista aparecem também engasgamentos na hora da amamentação e sufocamento de bebês que dormiam na mesma cama que os pais.
“Geralmente quando as crianças começam a engatinhar, tendem a querer explorar as coisas dentro de casa, e é aí que está o problema, é importante que os pais subam materiais como álcool, fósforos, velas, venenos e produtos de limpeza. Acidentes em piscinas e baldes com água na época do calor também são comuns. É preciso vigilância constante”,explica.
Além da vigilância constante e readequações dentro de casa, o coronel aconselha que pais evitem dormir com bebês recém-nascidos na mesma cama. “Muitas vezes os pais têm sono pesado ou estão cansado, não percebem e acabam deitam em cima ou sufocando as crianças, só se dão conta quando amanhece e muitas vezes se deparam com o pior”, afirma.
Paulo Sérgio Lauretto, delegado titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) alerta que é de responsabilidade dos pais a vigilância de seus filhos e que tanto descuido quanto casos de negligência estão passíveis de punição.
“Pais omissos podem ser punidos da mesma forma como se acidente tivesse sido fruto de uma ação deles. Não descartamos nenhuma investigação e cada caso determina quem e como vai ser responsabilizado”, explica Lauretto.
O delegado lembra que grande parte dos casos que chegam à Depca estão relacionados com pessoas que não fazem parte da família, mas que ganham a confiança dos pais e acabam usando de má-fé. “É comum mães confiarem de deixar os filhos com vizinhos ou conhecidos e crimes acontecerem. Filhos, ainda mais crianças, devem ficar sobre o cuidado irrestrito dos pais que são os responsáveis, inclusive judicialmente por eles”, explica.
Casos em MS
No dia 8 de julho uma menina de 2 anos e meio morreu depois de ser atropelada por uma caminhonete enquanto brincava na frente de casa, no Bairro Nova Lima. O avô da criança havia entrado dentro de casa para preparar uma mamadeira.
No dia 27 de junho um bebê de 7 meses morreu afogado com leite materno em Caarapó, cidade a 273 quilômetros de Campo Grande. A mãe disse que ao verificar que o bebê havia se afogado com o leite, deu tapinhas nas costas da criança, que dormiu em seguida. O bebê acabou morrendo.
Um menino de 5 anos teve 60% do corpo queimado no dia 7 de agosto, depois que um fogareiro onde familiares preparavam bife na chapa explodiu. A criança estava próximo ao local. Ele teve parte do pulmão e coração afetados e ficou internado por dois meses.
Enquanto os pais montavam um armário na cozinha de casa, um bebê de 1 anos e um mês morreu afogado em um balde no quintal de uma residência no Bairro Noroeste, em Campo Grande. O caso aconteceu no dia 2 de outubro.
Um menino de 3 anos e o irmão, um bebê de 7 meses, morreram em um incêndio no dia 28 de agosto, no Bairro Campo Verde, em Campo Grande. As crianças estavam trancadas sozinhas na residência e quando os pais se deram conta, as chamas já estavam altas e não foi possível fazer o resgate dos pequenos. Ao lado de um dos corpos os bombeiros encontraram um isqueiro.
No ultimo fim de semana de outubro um bebê, de 1 ano, acabou morrendo asfixiado por uma coberta, na cidade de Itaquiraí, distante 402 quilômetros de Campo Grande. A criança se enrolou em uma coberta estendida no varal. A mãe, de 20 anos, estava cuidando dos afazeres domésticos enquanto os filhos brincavam.
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