Descansar em paz? Cemitérios estão sujos e abandonados na Capital

Prefeito criticou gestões anteriores, mas sujeira permanece igual

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Prefeito criticou gestões anteriores, mas sujeira permanece igual

 Descansando em paz não é a frase certa para designar quem está enterrado em um dos três cemitérios público de Campo Grande. Com cerca de 80 mil pessoas sepultadas, os cemitérios do Santo Amaro (41 mil), Santo Antônio (14 mil) e São Sebastião (27 mil) são os maiores da cidade e estão completamente abandonados.

Mausoléus sujos, quebrados e muito mato são vistos nos três locais. Quem vai visitar o ente querido e prestar homenagens se incomoda com o abandono e falta de estrutura.

No ano passado, dois meses após retornar ao cargo, o prefeito Alcides Bernal (PP) visitou aos cemitérios públicos dias antes do Dia dos Finados e criticou a “situação de abandono”. Hoje, passados quase cinco meses da visita do prefeito nada mudou.

Célia Craveiro, de 69 anos, que visitava a mãe no Cemitério Santo Amario, reclama do desleixo e falta de respeito para com os mortos e com as famílias que vão visitar os familiares. “Moro em São Paulo, vim para visitar a família e minha mãe, que aqui está. Me dá muita tristeza ver este abandono. Minha mãe escolheu ser enterrada aqui e hoje está no meio desta sujeira toda”, critica.

Ela reclama que o local só é limpo na véspera do Dia dos Finados e no resto do ano o que se vê é mato e sujeira para todos os lados. “Só limpam perto do Dia do Finados, depois esquecem”, diz.

Izabel Cristina da Silva, de 61 anos, que também estava no Santo Amaro, também reclama que a limpeza só é vista próxima ao feriado de finados. “Só fica limpo em novembro, depois eles deixam a sujeira tomar conta. Eu queria saber que secretaria que cuida disso aqui? Quem faz a fiscalização? Se têm funcionários capacitados para cuidar? Porque o abandono é muito grande”, reclama.

 Marithê Lopes / Midiamax

Do outro lado da cidade, no Cemitério Santo Antônio, a situação é a mesma. Clarinda Alves Santos, de 82 anos, veio do Paraná visitar o irmão e os pais. Ela conta que nunca viu o local tão abandonado. “Tá abandonado demais. Antigamente era limpinho, não era assim não. Todo ano venho visitar e nunca encontrei desse jeito”, critica.

Sem ação da Prefeitura, ela mesma pôs a mão na massa, ou melhor, na terra, e limpou a sujeira próxima ao túmulo da família.

Para Izabel, algumas pequenas medidas poderiam ajudar a resolver o problema. Ela pontua que se houvesse uma calçadinha, ou pedras entre os túmulos já não nasceria mato e não ficaria da forma que está. “Falta vontade. O investimento para arrumar é mais caro, mas depois reduz a manutenção”, ensina.

 Marithê Lopes / MidiamaxPrefeitura

Durante visita aos cemitérios, próximo ao Dia dos Finados, Bernal reclamou que a Prefeitura pagava a manutenção e que esta não estava sendo bem feita . “Pagamos mais de R$ 150 mil mensalmente à empresa contratada e o que vimos é o descaso e desrespeito com a população. O Cruzeiro está em péssimas condições, há lixo acumulado, mato que não cresceu do dia para a noite. Apenas o Cemitério Santo Antônio está em bom estado de conservação e, pelo que pudemos observar, graças às famílias proprietárias de jazigos que fazem a manutenção por conta própria. É um local sagrado para todas as religiões e credos, é um local sagrado também para todas as famílias, e merece respeito”, afirmou na ocasião.

O jornal entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura e está aguardando posicionamento sobre o assunto.

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