Cliente encontra pão cheio de mofo à venda em supermercado

Também foram vistas caixas com fezes de pombo 

Uma consumidora de Campo Grande foi ao supermercado para as compras do mês e na hora de escolher o pão de forma… a surpresa. O produto estava vencido e mofado. Ela reclamou do problema no Facebook, e outros consumidores também relataram casos parecidos em outros mercados da Capital.

“Eu fui com a minha mãe fazer a compra do mês. Nós sempre compramos um pacote ou dois de pão. Até comprei um, mas peguei um que estava dentro da validade e não estava mofado”, afirma a esteticista Michele Reis, 22 anos.

Michele ainda encontrou, segundo ela, “caixas fechadas de mercadorias suja de cocô de pombo e aqueles balde de azeitona impossível de comprar porque a embalagem estava toda suja.

A consumidora disse que avisou ao operador de caixa sobre o pão mofado e fora da validade. “Eu também mandei um e-mail para o coordenador da vigilância sanitária, mais ainda não obtive resposta”, pontua.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com assessoria de imprensa do Fort Atacadista, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

Como reclamar

Produtos comercializados fora dos padrões podem apresentar riscos à saúde do consumidor. Caso o consumidor se depare com algum estabelecimento comercial que vende alimentos em más condições de higiene e manuseio, ele precisa entrar em contato com a Vigilância Sanitária para realizar uma denúncia,

“O consumidor, consciente de seus direitos, pode ir falar com o supermercado, e ver se fornecedor resolve o problema. Se o fornecedor resistir, ele pode acionar o Procon. Mas, o mais indicado seria um responsável pelo supermercado, ou gerência, recolher o produto ou fazer a troca”, diz Francisco Demontiê Gonçalves Macedo da ABCCON (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor).

O consumidor também pode fazer denúncia na Decom (Delegacia do Consumidor), que fica junto ao Procon, e funciona na Rua 13 de Junho, 930, Centro. O telefone é o 151.

Segundo o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da OAB/MS (Ordem de Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul), Nikollas Pellat, o consumidor pode procurar o Procon pelo telefone. “Eu oriento que a pessoa procure o supermercado, e ligue para o disque-denúncia do Procon. A pessoa pode fazer a denúncia, produzir prova, se quiser levar ao pão e o recibo, pode procurar a procurar a Vigilância Sanitária e Procon”, explica Nikollas. Segundo ele, é uma forma de comprovar o problema.

O caso, segundo o advogado, é registrado como crime contra relação de consumo, segundo o Artigo 7 da Lei 8.137 de 1990, “constitui crime contra relações de consumo: IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo”, assim como o Inciso II “vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial”.

O proprietário do estabelecimento ou responsável pode pegar de dois anos a cinco anos de detenção ou multa.