Catadores fecham novamente BR-262 e dizem reabrir apenas com ordem judicial

Segundo catadores, 500 famílias passam fome desde que Lixão foi fechado

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Segundo catadores, 500 famílias passam fome desde que Lixão foi fechado

Os catadores de recicláveis, da região que abrange os bairros Cidade Deus, residencial José Teruel, Parque do Sol, Dom Antônio, Colorado, Lageado, Los Angeles e Pênfigo, fecharam mais uma vez a BR-262 nesta segunda-feira (22) e afirmam que só vão reabri-la, depois que a Justiça determinar. O bloqueio acontece desde às 10 horas de hoje.

Cerca de 50 catadores fecharam a rodovia no Km 350, próximo ao aterro sanitário municipal, em Campo Grande. A interdição é total. Os catadores reivindicam autorização para trabalharem no Lixão e exigem a presença do prefeito Alcides Bernal (PP) e coordenador do aterro sanitário, senhor Márcio Lima Gomes.

Conforme João Alves, de 39 anos, uma das lideranças do grupo de catadores, eles não pretendem deixar a rodovia caso as reivindicações não sejam atendidas. “Só vamos sair daqui mediante ordem judicial. Já falaram que vão mandar a tropa de choque tirar nós. Quem manda em Campo Grande é a Solurb, não e a Prefeitura não”, critica.

Mais cedo, um grupo de catadores tentou ser recebido na Defensoria Pública, pelo defensor Amarildo Cabral, titular da 40ª DPE com atribuições na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. É ele quem está defendendo os catadores na ação que os proíbem de entrar no Lixão. Os catadores acusam o defensor de não estar defendendo a causa deles. “A gente chegou aqui, o defensor nos viu e correu. Ela não está nos defendendo. As posições dele é a favor da Solurb”, critica.

Catadores fecham novamente BR-262 e dizem reabrir apenas com ordem judicialOutro grupo tentou audiência no Ministério Público Estadual, mas também não foi recebido. Diante das negativas, os grupos voltaram para a região da favela Cidade Deus e deram corpo às manifestações.

Para João Alves, a solução é autorizá-los a trabalhar. “Temos 500 famílias passando fome. Tem criança que não tem leite para tomar mais. Ele tirou emprego de 500 famílias. Não dá para ficar assim, não vamos sair”, reverbera.

 

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