Catadores bloqueiam a BR-262 em protesto contra fechamento do lixão

UTRs não seriam suficientes para atender a todos

Os catadores de materiais recicláveis que trabalham no lixão de Campo Grande voltaram a bloquear a BR-262 nesta sexta-feira (4) em protesto contra o fechamento do local. Eles afirmam que os três galpões das UTRs (Usina de Triagem de Resíduos) não são suficientes para atender a todos os trabalhadores.

A Justiça não permitiu a prorrogação de prazo para mais trinta dias, pedida pela administração municipal, para tentar deslocar os trabalhadores para as UTRs ou para empregos no mercado formal.  

Além da falta de espaço, os catadores do lixão reclamam que chegam a vender R$ 1 mil por semana de materiais, o que não aconteceria na usina por falta de estrutura. “Para termos a mesma venda de material, a coleta seletiva de lixo em Campo Grande deveria acontecer em toda a cidade, e não só em alguns lugares”.

Eles pretendem manter a paralisação até às 16h ou até que a Defensoria Pública tente intermediar a situação. Outro pedido é de que a Prefeitura exija que a concessionária da coleta de lixo estenda a coleta seletiva para toda a cidade, além de ampliar a quantidade de esteiras e de UTRs.

Bloqueio

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) está no local para avisar aos motoristas que é preciso desviar a rota. No local, há pouco mais de um quilômetro de congestionamento, pois apenas os caminhoneiros e motoristas que estavam antes da chegada da PRF foram “pegos” pelo protesto.

Jair, de 47 anos, tem carga para entregar ainda nesta sexta no Estado. “Não sou contra manifestação, mas tem que entender que todo mundo tem o mesmo direito. Quando é com caminhoneiro, todo mundo acha ruim. E meu patrão vai ter que entender o atraso também, porque eu não tenho culpa sobre a manifestação”.