Após queda de parte do teto, Defesa Civil interdita igreja centenária em MS

Fiação elétrica foi implantada no século passado

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Fiação elétrica foi implantada no século passado

A Defesa Civil de Corumbá realizou nesta terça-feira (07) vistoria técnica no prédio da igreja centenária Matriz de Nossa Senhora da Candelária, padroeira de Corumbá, município a 444 quilômetros de Campo Grande e decidiu por interdição do prédio. A inspeção atendeu solicitação formal da Diocese, após no dia 31 de maio, uma parte da estrutura de gesso do teto cair.

Segundo o Diário Online, um levantamento fotográfico da funcionalidade da estrutura que compõe o prédio da igreja foi realizado pela DC, além da identificação das anomalias visíveis. Entre as situações detectadas pelo órgão destacam-se a formação de fendas em paredes, corrosão metálica, degradação de elemento de madeira em paredes, eflorescência em paredes e teto.

De acordo com o coordenador municipal de DC, tenente Isaque do Nascimento, a ausência continuada de manutenção contribuiu para o desgaste da estrutura e que a queda de parte do teto na última semana confirma isso. 

“Existe um movimento lento, sucessivo e gradual que recomenda uma intervenção para correção, recuperação desses pontos que em princípio são os mais importantes”, afirmou.

Estrutura centenária

A fiação elétrica, que não faz parte do projeto inicial do prédio inaugurado em 1877, mas foi implantada ainda no século passado com a utilização de materiais obsoletos, além das condições da estrutura do teto original do prédio composta em sua totalidade de madeira, são as situações que exigem maior cuidado. 

Após a vistoria técnica, a Defesa Civil irá elaborar um documento apontando os problemas e será formalizado um termo de interdição parcial.

PAC das Cidades Históricas e mobilização da comunidade

O prédio da igreja, que recebeu a última reforma completa na década de 1960, é um dos dez projetos contemplados pelo PAC das Cidades Históricas do Governo Federal, conforme anunciado em janeiro de 2014. 

Ao todo, estavam previstos R$ 19,6 milhões para restauração e requalificação de prédios e equipamentos históricos, localizados na área tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, e de entorno. De acordo com a Fuphan, o projeto de restauro total da Igreja Matriz, enviado ao PAC das Cidades Históricas, tem custo de R$ 1,8 milhão e prazo de execução de 10 meses a 1 ano.

Porém, a incerteza sobre a liberação dos recursos, devido a instabilidade do cenário político e econômico, além da urgência em iniciar a recuperação, levaram a Diocese de Corumbá a solicitar à Prefeitura autorização para dar início à obra, gradualmente, com a captação de recursos por intermédio de campanhas na cidade.

O bispo diocesano, Dom Segismundo Martinez Álvarez, disse que a Paróquia de Nossa Senhora da Candelária criou uma comissão de gerenciamento e captação de recursos para o início das obras de recuperação. Segundo a diretora-presidente da Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico, Maria Clara Scardini, há pelo menos dois anos e meio que o Município trabalha para que os recursos sejam liberados e as obras possam ser executadas. 

Maria Clara explicou ainda que os projetos aprovados por Corumbá no PAC Cidades Históricas aguardam a liberação de recursos. Estão em andamento as readequações do Jardim da Independência e da Praça da República. Os outros oito, incluindo o restauro da Igreja Nossa Senhora da Candelária, estão na fila esperando a liberação dos recursos pelo Governo Federal.

Após queda de parte do teto, Defesa Civil interdita igreja centenária em MS

Conteúdos relacionados

calendário eleições
carro