VÍDEOS: Após morte de indígena, clima continua tenso em Antônio João

Força Nacional tenta manter a ordem

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Força Nacional tenta manter a ordem

Após a morte de um indígena da etnia guarani-kaiowa, a situação continua tensa na região de conflito entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, 402 quilômetros de Campo Grande. A Força Nacional, o Exército e o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) tentam amenizar o confronto e restaurar a ordem. 

Os indígenas teriam ocupado com armas de fogo, facas e flechas, na madrugada do dia 22, a fazenda Primavera. Outras propriedades da região também foram ocupadas. De acordo com o relato policial, feito por equipe do 2º Pelotão de Antônio João, os fazendeiros foram no sábado (29) expulsar os indígenas da Fazenda Fronteira, entrando em confronto, o que teria resultado na morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos.

A vítima estava bebendo água em um córrego que passa pela propriedade e foi atingida pelos tiros na cabeça. Segundo a PM (Polícia Militar), os disparos teriam partido de um revólver calibre 22. 

 

Diante da situação, o prefeito de Antônio João, Selso Lozano (PT), decretou situação de emergência. Selso diz não estar “nem do lado dos fazendeiros, nem dos índios”, mas que precisava tomar uma atitude em relação ao conflito.

O prefeito acredita que o conflito “não deve acabar tão cedo” e teme pela segurança de indígenas e fazendeiros na região.

O pedido de intervenção partiu da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, intermediado pelo senador Delcídio do Amaral (PT), e autorizado pelos ministros da Defesa, Jacques Wagner, e da Justiça, Eduardo Cardoso.

Ao ser questionado sobre o conflito, o governador do Estado Reinaldo Azambuja (PSDB) defendeu, na manha deste domingo, durante a Caravana da Saúde, em Nova Andradina, a indenização de terras nuas e benfeitorias. Segundo ele, a responsabilidade em solucionar o problema é do governo Federal, uma vez que as terras foram tituladas pela União.

No Sindicato Rural da cidade, vários alimentos foram coletados para os fazendeiros, que conseguiram reaver ontem (29) a posse de duas das seis fazendas ocupadas por índios Kaiowá Guarani. 

Fome entre os indígenas

Enquanto os fazendeiros passam com alimentos para as sedes das fazendas, escoltados pela polícia, os índios passam fome. Muitos passaram o dia sem acesso à comida. Eles estão com medo de procurar a cidade para comprar ou obter alimento com parentes e amigos. As motos, meios de locomoção, foram queimadas pelos proprietários rurais. Ao todo, oito delas foram estragadas no confronto de sábado.

 

Em visita a área de conflito, o coordenador da Funai de Ponta Porã, Elder Paulo Ribas da Silva, disse que a invasão foi muito rápida e, que só na tarde de domingo conseguiu chegar ao local.

Ele afirmou que “a situação é muito difícil. É um caso emblemático”. Segundo o coordenador, a chegada da Força Nacional tranquilizou, até então, a região, principalmente, depois da morte de ontem do indígena.

O corpo do indígena está no IML (Instituto Médico Legal), onde passará por exame necroscópico, e amanhã deve ser liberado para o enterro.

DOF, Força Nacional e Exército

Conforme apurou a equipe de reportagem do Jornal Midiamax, neste domingo havia cerca de 50 homens da Força Nacional, que chegaram ontem, e foram garantir a segurança na área do conflito entre os índios e os produtores rurais. O Exército também está no local para dar suporte a Força Nacional, assim como o DOF. Não há previsão para irem embora. 

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