Prefeitura protege empreiteira, mas garante que funcionários foram demitidos

Ao contrário do que afirmam fontes oficiais, o serviço de ‘tapa buracos' da Prefeitura de Campo Grande é feito em pontos de rua que não tem buraco. O vídeo feito em frente a um condomínio de luxo, na região do Parque dos Poderes, confirma a irregularidade, enquanto o Município, sem informar o nome da empresa responsável pela irregularidade, garante que a corda arrebentou do lado mais fraco: os operários foram demitidos.

A situação foi flagrada na quinta-feira (22) – e divulgada na terça-feira (27) – por câmeras de vídeo de um condomínio de luxo no Parque dos Poderes. Nas imagens, é possível ver o momento em que operários descem do caminhão e aplicam massa asfáltica no meio da rua sem buraco.

O porteiro Eder Palermo, que trabalha no condomínio, gravou de seu próprio celular as imagens registradas pelas câmeras de segurança. Perplexo com o que via, o funcionário ‘narra' o serviço dos trabalhadores: “Aqui em Campo Grande, MS, é diferente, o pessoal prevê o buraco que vai aparecer. Não tem buraco algum, aí funcionário altamente treinado pelo nosso prefeito vai e tampa tudo. Nosso prefeito Gilmar Olarte está de parabéns”.

Indignado com a situação, Eder resolveu procurar os moradores do condomínio e relatar o flagrante. Com a autorização e mesmo recomendação de divulgação, o porteiro disparou o vídeo nas redes sociais. “Sempre ouvi falar que faziam reparos sem necessidade, mas não acreditava. Desta vez vi. É um absurdo”, comenta.

Situação semelhante ocorreu no Jardim Leblon, em Campo Grande, onde moradores denunciaram ao Jornal Midiamax serviço de na Rua Tamoio. Os remendos foram feitos em locais onde não tinha buracos, afirmam os moradores – sobre este caso, a Prefeitura disse apenas que desconhecia situações onde são feitos reparos sem necessidade.

A Prefeitura de Campo Grande foi procurada pela reportagem para dar respostas sobre o flagrante feito no Parque dos Poderes. Questionada sobre o motivo do serviço desnecessário, nome da empresa e valores desperdiçados, a assessoria de comunicação confirmou apenas que o trabalho foi feito por uma empreiteria, sem revelar o nome da contratada, e disse que os funcionários envolvidos foram demitidos.