Sem salário, funcionárias da limpeza do HU param em Campo Grande

Categoria promete greve caso não receba até a tarde

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Categoria promete greve caso não receba até a tarde

Com o salário de agosto atrasado, um grupo de funcionárias da empresa Douraser Prestadora de Serviços e Comércio, terceirizada que faz a limpeza do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (15). Segundo as trabalhadoras, a medida tem objetivo de chamar a atenção para a falta de pagamento. Como ainda não conseguiram respaldo do sindicato da categoria, alguns funcionários continuam trabalhando normalmente.

De acordo com a funcionária Edna, o último salário foi depositado no dia 7 do mês passado e desde a segunda-feira desta semana, a empresa está adiando o pagamento. Todos os dias eles dizem que o salário vai estar na conta, mas elas não encontram o dinheiro. “É todo dia. Falam que vai estar [disponível às 10 horas, depois meio-dia, 14 horas e nada. Todo dia é R$ 1 e pouco de tarifa de extrato. Daqui a pouco o salário vai todo em extrato. Tenho R$ 300 de conta de luz para pagar. Daqui a pouco vai ser cortada”.
 
As funcionárias ainda reclamam de não receberem respaldo do sindicato. Elas dizem que entraram em contato várias vezes, mas até agora não tiveram nenhuma ajuda e ameaçam a desfiliação. “A gente paga e não tem nenhum advogado a nossa disposição. Eles não mandam o documento [para garantir a legalidade da greve] para a gente. Na verdade nem poderíamos ter paralisado hoje, porque não temos garantia deles”, diz Edna.

A reclamação vai além do salário. Os funcionários também não tiveram o vale-alimentação depositado e receberam apenas seis passes de ônibus. “Eu tenho esposo então vai segurando, mas tem gente que paga aluguel e é mãe solteira”, diz uma funcionária que prefere não se identificar.

“Eu sou pai e mãe. Tenho luz para pagar. Já comprei até um lampião para quando cortarem”, diz Rosa Maria Xavier, de 38 anos. “A gente deve e quando fala, as pessoas não acreditam que nós estamos sem receber”, diz Vilma de Freitas, de 38 anos.

As funcionárias que paralisaram o serviço vão ficar de braços cruzados até as 14h30, horário que a empresa disse que o salário estaria na conta. Caso fiquem mais um dia sem o pagamento, elas prometem ir até o sindicato para serem ouvidas e deflagrarem greve.

Douraser

O Jornal Midiamax entrou em contato com a Douraser e mesmo com diversas ligações, o telefone dá apenas sinal de ocupado. No dia 9 deste mês, o jornal entrou em contato com a empresa, que informou que o contrato com o hospital teria sido encerrado na sexta-feira (4), e que os funcionários foram repassados para uma nova empresa, a Amazon.

Na mesma data, o Hospital Universitário informou que a obrigação legal do pagamento das rescisões contratuais e o pagamento dos salários é da empresa terceirizada, Douraser, e que os repasses feitos do hospital para a empresa estão em dia.

A assessoria de comunicação explicou ainda que,a empresa Douraser continuará atendendo o hospital, mas só com serviços de limpeza, já a empresa Amazon teria sido a ganhadora de dois lotes da licitação feita pelo hospital e atenderia os setores administrativos.

O presidente do Steac (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação), que representa a categoria, não atendeu as ligações do Jornal Midiamax.

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