Hospital também enfrenta problema de contratualização

Sem receber verba da Prefeitura de R$ 19,730 milhões, equivalente a maio, a Santa Casa de Campo Grande afirma que não sabe como fará para pagar os quase 3,2 mil funcionários que trabalham no local. De acordo com o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) Wilson Levi Teslenco, o total da folha de pagamento do hospital é de R$ 8,5 milhões.

A preocupação do presidente é com relação ao atraso no repasse, que já deveria ser feito, visto que nesta segunda-feira (8), entramos no quinto dia útil de maio e o problema também se repetiu. “Nós não sabemos quando vamos receber. Pode ser que saia hoje, pode ser que sai amanhã, não sei.”, destacou Teslenco.
 
A Santa Casa afirmou que não recebeu nenhuma posição da Prefeitura em relação ao acerto até o momento.
  
Contrato indefinido
 
Nesta segunda-feira (8) estava agendada uma reunião entre os secretários de saúde estadual e municipal, Nelson Tavares e Jamal Salem, e a diretoria da Santa Casa para discutir a formalização do contrato que deve repassar R$ 20.750 milhões mensalmente para a Associação. Segundo Teslenco, “a reunião foi desmarcada de última hora pelo poder público, depois de uma sequência de adiamentos”.  
A pressa em formalizar o documento deve-se  ao fato de a Santa Casa estar, desde ontem, sem nenhum contrato público.
 
O presidente da ABCG, membros do Conselho Municipal de Saúde e alguns vereadores e deputados se reuniram na Assembleia Legislativa, mesmo sem a presença dos secretários e discutiram o descaso com a instituição, que segundo eles, “demonstra a falta de interesse do poder público com a saúde”.
 
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e o vereador Alex do PT, membros do Conselho de Saúde da Câmara Municipal propuseram convocar o secretário de saúde do município, Jamal, para que ele preste esclarecimentos a respeito da Santa Casa.
 
O deputado estadual e presidente da Assembleia, Junior Mochi, também participou da reunião,  com outros deputados, e defendeu que a saúde tem de ser a prioridade do governo, dirigindo críticas ao poder público.
 
Teslenco explicou que sem os contratos a Santa Casa fica vulnerável, dependendo da “boa vontade de fornecedores e contratantes”, o que gera  clima de instabilidade e insegurança dentro da instituição. “No mês passado nós tivemos de manter o ambulatório fechado por conta desses impasses”, conclui o presidente. No entanto, depois do encontro desta tarde, definiu-se que os representantes da saúde devem ter  diálogo com a diretoria do hospital na próxima quinta-feira (11), às 14 horas, na Casa de Leis.