Sem coleta, moradores se organizam em bairros para evitar que lixo se espalhe

Preocupação é com mau cheiro e presença de bichos

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Preocupação é com mau cheiro e presença de bichos

Moradores de Campo Grande, têm se organizado para evitar que a cidade seja tomada pela lixo. As coletas foram interrompidas na última quarta-feira (9). A Solurb, empresa responsável pelo serviço, afirma que está há três meses sem receber e que só retorna depois que o pagamento for efetuado pela Prefeitura da Capital. Enquanto o serviço continua interrompido, os moradores organizam os lixos dentro e fora de casa.

O aposentado, Almir Antunes da Silva, de 77 anos, explica que o objetivo é evitar o acúmulo de sujeira. “Os lixeiros não estão passando e a gente não sabe quando vão voltar, então, temos de fazer a nossa parte. Estou deixando os resíduos dentro de casa, em sacos bem fechados, que coloco em um tambor”, relata enquanto varre a rua onde reside.

Seguindo o mesmo exemplo do aposentado, o mototaxista, Laércio Souza, de 36 anos, diz que também tem organizado o lixo dentro de casa. “A gente junta e ensaca tudo. Temos de cuidar, embalar, deixar tudo organizado dentro do quintal. Não pode ficar de qualquer jeito”, destaca.

A aposentada Edith Naban, de 67 anos, diz que o cuidado é uma forma de evitar que o lixo se espalhe. Ela afirma ainda que a principal preocupação é com o risco de transmissão de doenças.

“O lixo vai acumulando e a situação vai ficando feia. As moscas vão se juntando e a gente fica cada vez mais preocupado porque isso atrai outros bichos e pode transmitir alguma doença”, ressalta.

A secretária Lidiane Rodrigues Pacheco, de 32 anos, entrou em um acordo com os vizinhos para manter tudo organizado. Não sabemos quando o serviço será normalizado, então estamos organizando em sacos. Fazemos isso todos os dias pela manhã porque à noite reviram todo o lixo”, afirma.

Apesar de manter o lixo organizado, outro problema incomoda a todos os moradores da região. “Mesmo que a gente coloque tudo dentro de sacos e deixe fechado, o mau cheiro continua. Temos colocado até odorizador para evitar o mau cheiro, mas mesmo assim é possível sentir o odor e sabemos que vai ficar ainda pior com o passar dos dias”, frisa Lidiane.

O serviço de coleta é responsável por retirar aproximadamente 700 toneladas de lixo de Campo Grande, no entanto, até o momento, não há previsão para que o trabalho seja normalizado na Capital. A Solurb alega ter R$ 23,8 milhões a receber do Município.

A Prefeitura, por sua vez, divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que a empresa recebeu R$ 56 milhões e que o último pagamento foi realizado no dia 24 de agosto e que “não existem pagamentos em aberto com a Solurb, pois as despesas dos serviços dos meses de junho e julho ainda não foram liquidadas”.

De acordo com a nota, “o processo está em andamento para ser atestada a prestação de serviço e somente após a medição e conferência minuciosa é que novo pagamento será feito”.

Manifestação –

Nesta manhã os funcionários da Solurb, fizeram uma manifestação na frente da sede da empresa. Ao todo 1.080 trabalhadores estão paralisados por falta de pagamento salarial. Em média, eles recebem R$ 845,00, mais R$ 315,00 de adicional de insalubridade e vale alimentação no valor de R$ 373,00. Os funcionários que não têm falta registrada também são beneficiados com cesta básica.

O presidente do Steac (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação) , Wilson Gomes da Costa, disse na manhã desta sexta-feria (11), que durante à tarde haverá uma reunião entre a direção da Solurb e o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).

 

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