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Cotidiano

Segundo dia de paralisação de médicos é tranquilo e unidades ficam quase vazias

Ainda não há previsão para que situação seja normalizada
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Ainda não há previsão para que situação seja normalizada

As unidades de saúde amanheceram praticamente vazias nesta quinta-feira (7), segundo dia de paralisação dos médicos contratados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) de Campo Grande. Até o momento, não houve acordo entre a Prefeitura e o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) e não há previsão para que a greve seja encerrada.

De acordo com determinação legal, 30% dos médicos do município vão trabalhar neste período de negociações, neste caso, 420 de um total de 1.400.  Conforme o Sinmed-MS, durante a paralisação, não haverá atendimento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e nas UBSF (Unidades Básicas de Saúde da Família), exceto em casos de urgência.

A assessoria de comunicação do sindicato afirma que a Prefeitura pediu para que os profissionais retornassem ao trabalho com a promessa de que em 90 dias voltariam a negociar o reajuste salarial, no entanto, a classe rejeitou a proposta.

Durante a paralisação os profissionais continuarão prestando atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o CRS (Centro Regional de Saúde). Nesta manhã, a UPA Coronel Antonino estava praticamente vazia, considerando a quantidade de pacientes atendidos na unidade em dias normais de atendimento.

Conforme as informações, apenas um médico estava atendendo no local. O aposentado Nasson Venâncio, 66 anos, afirma que está passando mal desde ontem. “Não consegui dormir com dores no peito. Acho que o prefeito tem de fazer o que é certo, pagar os médicos e não deixar a população sem atendimento”, declara.

Com suspeita de dengue, o estoquista Wellington Efigênio, de 20 anos, reclama que está com muita febre e dores de cabeça e no corpo, no entanto, não tem previsão para que seja atendido. “Disseram que pode ser que eu nem seja atendido hoje. Apoio a greve, mas deveriam ter deixado mais médicos”, frisa.

O carpinteiro Genilson Souto, de 23 anos, que esperava por atendimento no CRS Nova Bahia, reclama da falta de médicos. “Os pacientes não têm culpa dessa greve, estou há três dias sem dormir e com dor e não sou atendido por causa dessa paralisação”, lamenta.

A balconista, Luiza Bitencourt, de 27 anos, diz que está com sintomas de dengue. “Estou com muita dor. Fui informada de que estão em greve e de que o atendimento será demorado. A gente não tem culpa e fica esperando”, destaca.

A gerente da UPA Vila Almeida, Dirce Fermino Stroppa Dominoni, unidade que atende aproximadamente 600 pessoas em dias normais, afirma que no primeiro dia de greve apenas 90 pessoas foram atendidas. Ela  ressalta que os pacientes que estão buscando atendimento nas UBS e UBSF são orientados a se dirigir às UPAS ou CRSs, no entanto, admite que os atendimentos podem demorar até sete horas.

A assessoria de comunicação da Sesau, estima que no primeiro dia de paralisação 5 mil pessoas deixaram de receber atendimento de urgência, outras 750 em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e outras mil não puderam realizar exames. De acordo com a estimativa ao todo, 6.750 pessoas deixaram de ser atendidas por conta da paralisação.

Em nota divulgada pela Secretaria, o chefe da Sesau, Jamal Salem, alega que a Prefeitura está aberta a negociações e que pede compreensão dos médicos e enfatiza que a ação judicial será respondida pela Procuradoria- Geral da União.

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande, por meio do secretário Jamal Salem, está aberta ao diálogo junto aos médicos para possíveis acordos e ainda, pede a compreensão dos profissionais quando a atual situação e problema apresentado pela Prefeitura.

A intenção é sanar as dificuldades e regularizar o quanto antes e ainda minimizar quaisquer prejuízos e contratempos que a população venha a sofrer com a greve dos médicos. Quanto a ação judicial quem responde pela ação é a PGM (Procuradoria Geral da União).

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