Recreadores dos Ceinfs cobram reajuste com rodas e cantigas em protesto

Prefeito já aceitou redução de carga horária

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Prefeito já aceitou redução de carga horária

Rodas, cantigas de ninar e pirulutos. Assim começou a manifestação de cerca de 500 funcionários dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e Cras (Centros de Referências de Assistência Social), contratados pela Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária).

Os trabalhadores se reuniram na manhã desta quinta-feira (14), na Praça do Rádio Clube. Segundo a vice-presidente do Senalba-MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), Elenir de Azevedo, 90% de 1,1 mil funcionários lotados em 99 Ceinfs e 19 Cras aderiram à paralisação.

Os grevistas reivindicam a redução da jornada de trabalho de 7 para 6 horas e reajuste salarial de 9%. A vice-presidente do Senalba-MS ressalta que nessa quarta-feira (13), foi realizada uma reunião em que o prefeito Gilmar Olarte (PP), aceitou reduzir a carga horária dos funcionários.

“O prefeito concordou em reduzir a jornada de trabalho, mas não deu nenhum posicionamento sobre o reajuste salarial. Queremos o repasse da inflação, mas a Prefeitura diz que não tem dinheiro. Enquanto não tiver o reajuste, continuaremos em greve”, declara.

Conforme as informações do Senalba-MS, os recreadores recebem em média R$ 978,00. Lourdes de Oliveira, de 53 anos, que trabalha no Ceinf Juracy Galvão de Oliveira, no Conjunto Residencial Oiti, destaca a necessidade da redução da jornada de trabalho.

“Só estamos querendo o que é nosso direito. Trabalhamos com os filhos dos outros e isso requer muita responsabilidade. Não temos tempo para a nossa vida. Entramos às 6h30 e saímos às 17 horas. Não temos tempo para ficar com a nossa família”, lamenta.

A recreadora Samara de Oliveira, de 27 anos, que trabalha no Ceinf Sandra Mara Gobbo, no Portal Caiobá, reclama do impasse em relação ao reajuste salarial. “Eles não querem dar o que é lei. Estamos correndo atrás do que é nosso direito. Além disso, faltam funcionários nos Ceinfs e há um excesso de crianças”, enfatiza.

A cozinheira, Maria de Lourdes da Cunha, de 46 anos, também participou da manifestação. Ela relata que trabalha há 13 anos em Ceinfs e que falta alimentos necessários para fazer a refeição das crianças.  “Nunca vi tanta falta de alimentação. Não tem verduras e nem mesmo carnes. Estamos tendo de racionar para não faltar comida para as crianças”, afirma.

O ato simbólico durou cerca de uma hora. Depois disso, o grupo seguiu para a Prefeitura onde deve prosseguir com a manifestação. O Município destaca que as negociações sobre o reajuste compete às entidades. O valor repassado à Omep e à Seleta é de R$ 5,8 milhões.

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