Prefeitura apresenta operário ‘culpado’ sobre ‘tapa-buracos fantasma’

Em coletiva, funcionário estava acompanhado por assessoria da Prefeitura

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Em coletiva, funcionário estava acompanhado por assessoria da Prefeitura

Sobrou para ele: Elton Farias dos Santos, de 32 anos, encarregado na Selco Engenharia Ltda. Ao lado de assessores da Prefeitura de Campo Grande, ele garante ser o culpado por tapar buracos inexistentes em ruas da cidade, justifica o procedimento e revela falta de controle sobre este tipo de serviço.

Santos aparece no vídeo, divulgado na quarta-feira (28), tapando buracos inexistentes em uma rua da região do Parque dos Poderes. Em entrevista na manhã desta sexta-feira (30), garante ser o responsável pela ação.

Na coletiva, o funcionário estava acompanhado por assessores da Prefeitura. Foi, inclusive, a fonte municipal quem convocou a imprensa.

Santos garante que a aplicação da massa asfáltica era necessária. “Fiz porque, no meu ponto de vista, estava correto. Aquele espaço necessitava de reparo por uma questão de prevenção. A massa asfáltica não é colocada só em buracos, tinha uma rachadura e precisava de reparo”, explica.

Ao explicar, o encarregado mostrou à equipe de reportagem do Jornal Midiamax, uma suposta falha no asfalto que, segundo ele, seria semelhante à qual aplicou a massa asfáltica. “Quando tem rachadura, precisamos fazer o serviço. O porteiro não conseguiu ver e achou que não tinha necessidade nenhuma”, justifica.

O funcionário destaca ainda que trabalha com uma equipe de oito funcionários e ele é quem define quais serviços serão realizados. “A empresa nunca orientou nada. Eu defino o trabalho da minha equipe. O controle acontece entre a equipe e a Prefeitura”, limitou-se.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (29), a empresa garantiu que demitiu o funcionário. Segundo Santos, a decisão foi revogada. “Estava todo mundo de cabeça quente. Me ligaram para que eu fosse para a empresa, e claro que a corda iria arrebentar para o lado mais fraco. Queriam me demitir por justa causa, não concordei. Eles voltaram atrás e não fui demitido, mas não quero mais continuar na empresa”, garante.

Santos também se defende das acusações de que teria agido de má fé. “Teria se deixasse de trabalhar. Estou com a consciência tranquila”, enfatiza. Quanto aos diversos buracos evidentes por toda a cidade, o funcionário alega que é responsável apenas pela região do Prosa.

“O serviço é dividido por regiões e não posso responder pelas demais” declara. Santos trabalha há 12 anos no ramo e está há dois na Selco Engenharia Ltda. Embora a empresa tenha voltado atrás quanto a demissão do funcionário, ele diz que não continuará trabalhando na empreiteira.

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