Alterações pretendem eliminar possibilidade de promoção por mérito intelectual 

Projeto que prevê mudança na ascensão de soldados para cabos deve seguir esta semana para avaliação do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). A proposta pretende, por exemplo, conceder o total das vagas pelo critério de antiguidade e tirar o mérito intelectual. Hoje a lei determina que 60% das promoções são por tempo de serviço e 40% de mérito intelectual.  

Além dessa mudança, pretende-se também baixar o interstício de oito anos de serviço efetivo para seis anos.  As alterações, segundo o presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Bombeiro Militar), Edmar Soares, visam, por exemplo, auxiliar os policiais que aguardam há mais de 10 anos serem promovidos. Ainda que a medida não agrade os mais novos, Soares afirma que, no futuro ‘eles irão agradecer’.

“As promoções da PM estão atrasadas. Isso é valorização dos policiais que vem carregando a polícia nas costas há tempos. Não quer dizer que vai prejudicar os mais jovens, ao contrário, com a baixa do interstício para seis anos já abre a possibilidade para eles ascenderem no tempo certo”, argumenta. Conforme o presidente da Associação hoje existe aproximadamente 2.400 cabos na PM do Estado.

Questionado se a medida pode gerar descontentamento nos policias mais jovens, Edmar comentou que chegou a conversar com alguns deles e muitos entenderam que podem vir a ter benefícios. “Quem não tem tempo de estudar, pois se dedica totalmente a PM vão agradecer no futuro. Muito dos jovens não tem tempo e nem condições de ficar na frente de um computador. Sou 100% esse projeto”, disse. O

intuito da nova proposta também é não desmotivar os mais antigos.  Apesar dos argumentos, nem todos são favor. Um militar disse ao Midiamax, que a retirada do mérito intelectual pode fazer com que os policiais jovens mais instruídos pensem em deixar a corporação.

“Protesto como cidadão, querem aprovar algo para retirar a ascensão de soldado a cabo pelo mérito intelectual e privilegiar somente os que têm mais tempo de serviço. Aquele que se aperfeiçoou nos estudos se prejudica. Estamos de volta à década de 90, é um retrocesso”, observou.

As propostas foram elencadas pela ACS e pelo Comando Geral da PM, mas antes de ir para o governador deve passar ainda pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).