Perícia confirma 629 kg de carne estragada e MPE propõe força-tarefa

A ideia é ampliar a investigação

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A ideia é ampliar a investigação

O promotor da Infância e Juventude Sérgio Harfouche vai propor a criação de uma força-tarefa, entre Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, para apurar irregularidades na aplicação dos recursos destinados à merenda escolar em Campo Grande. A proposta decorre da descoberta de que alimentos estragaram sem ser distribuídos às escolas e centros de educação infantil, enquanto as crianças estão ficando sem o que comer.

De acordo com o promotor, já foi aberto um procedimento de investigação em razão do desperdício de alimentos e determinada uma perícia. O levantamento, de acordo com ele, já confirmou que pelo menos 629 quilos de carne estragaram no depósito da Prefeitura.

A partir dessa investigação, o promotor poderá abrir inquérito civil público para responsabilizar a administração pública por deixar a comida ir para o lixo. “Enquanto isso, tem criança comendo fubá”, comparou o promotor.

De acordo com ele, nesse caso, a responsabilização é pessoal e pode envolver ex-prefeito Gilmar Olarte, que foi afastado do cargo no dia 25 de agosto, implicado em uma investigação sobre suposto esquema de compra de votos de vereadores para cassar Alcides Bernal, que foi reconduzido ao cargo pela justiça.

Investigação ampliada

Em relação à força-tarefa, o promotor diz que a ideia é envolver duas promotorias do MPE, a dele, responsável pelas questões ligadas ao ensino, e ainda a de Patrimônio Público. A participação do MPF, explica, é necessária porque os recursos aplicados para custear a alimentação dos estudantes são de origem federal.

Nessa apuração, afirma Harfouche, seria possível identificar irregularidades não apenas referentes à merenda escolar, mas também em outros vertentes, o que otimizaria o trabalho de fiscalização por parte do Ministério Público.

Nesta quinta-feira, o prefeito Alcides Bernal esteve no MPF pedindo que seja aberta investigação sobre a merenda escolar em Campo Grande. O pedido está sendo analisado.

Enquanto as autoridades investigam quem deixou a comida estragar, pais e estudantes estão na incerteza se haverá merenda nas escolas. Hoje cedo, a  equipe do Jornal Midiamax constatou essa situação na escola Professora Ana Lúcia de Oliveira Batista, no Jardim Paulo Coelho Machado.

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