Paciente recebe rim da esposa e Santa Casa diz que faltam doadores em MS
Cirurgia com paciente vivo é considerada rara
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Cirurgia com paciente vivo é considerada rara
Depois de realizar o primeiro transplante renal de doador vivo, no qual a esposa doou o rim para o marido, a equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande destaca a necessidade de doadores. Dados do setor de nefrologia revelam que atualmente 20 pessoas estão aptas a receber o procedimento, no entanto, não existe órgão disponível.
Em dezembro de 2013, o Ministério da Saúde suspendeu os transplantes para que o hospital pudesse passar por readequações tanto na estrutura física, quanto na qualificação dos profissionais, que participaram de cursos em hospitais renomados de São Paulo.
Em março de 2015, depois de cumprir as exigências do Ministério da Saúde, o hospital foi liberado para a realização do procedimento, mas conforme a urologista Viviane Orro, ainda não havia doadores vivos ou falecidos.
“Existem mil renais crônicos em todo o Estado. Fizemos uma reavaliação com mais de 200 pacientes. Sabemos que 20 estão prontos para receber o transplante, mas não temos doadores. Precisamos de uma campanha de conscientização de doação de órgãos.No mês passado cinco famílias de pacientes mortos foram entrevistadas e se recusaram a doar os rins”, frisa.
O primeiro a receber o transplante foi o pastor, Vanildo Pereira dos Santos, de 47 anos. Renal crônico ele fazia hemodiálise há 11 anos. O procedimento raro foi realizado no dia 21 de julho. O paciente recebeu o rim da esposa, Fabiana dos Santos, de 42 anos. O casal está junto há 26 anos e tem dois filhos.
“Fiquei muito feliz pela compatibilidade. É uma vida nova, renasci. Foram anos de hemodiálise. Eu não podia tirar férias e a minha família ficava presa comigo porque precisava fazer a hemodiálise. Não acreditava muito no transplante. Ela [Fabiana] me transmitiu muita confiança. Agora vou poder tirar férias”, brinca.
Santos teve alta médica no dia 27 de julho. A esposa afirma que não imaginava que poderia ser compatível com o marido e que a cirurgia uniu ainda mais o casal. “Achava que não poderia doar por ser esposa, mas fiz os exames e deu certo. Esperamos as readequações do hospital e quando voltou fizemos a cirurgia. São dias de muita alegria. Estamos ainda mais unidos”, ressalta.
Segundo o urologista Adriano Augusto, o transplante demorou aproximadamente quatro horas e foi necessária uma equipe multiprofissional. “O pós-operatório também foi ótimo”, frisa. Segundo a equipe médica, o paciente terá de fazer acompanhamentos periódicos.
No primeiro mês o retorno será feito duas vezes por semana. No segundo mês uma vez por semana e no terceiro mês a cada 15 dias. Depois desse período o paciente terá de realizar acompanhamento a cada seis meses.
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