Motoristas correm mais e Campo Grande registra 100 multas de velocidade por dia

Confira as lombadas que mais flagram os apressadinhos

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Confira as lombadas que mais flagram os apressadinhos

Dados registrados pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), mostram que os condutores de Campo Grande estão correndo mais. Em apenas dois meses, foram aplicadas 11.993 multas, 19,1% do total aplicado em 2014, quando foram registradas 92.706 infrações.

Em Campo Grande existem 58 radares fixos. Em 2014 foram registradas 47.907 infrações. Nos últimos dois meses o número de multas chegou a 8.549, o que representa 17,44% do total do ano passado.

Conforme os registros, a quantidade de multas por excesso de velocidade em lombadas eletrônicas também cresceu nos últimos anos. De janeiro a fevereiro de 2015 foram 3.444 multas, 23,27% do total registrado em 2014, quando foram aplicadas 14.799. 

Com 1.798 multas, a lombada eletrônica na Avenida José Nogueira Vieira, no Tiradentes registrou o maior número de infrações no ano passado. Na sequência, está a Avenida Capital, na Vila Rica com 1762 e a Avenida Manoel da Costa Lima com 1.556.

Os 58 radares fixos em diferentes pontos da Capital registraram 15.761 multas por excesso de velocidade. O maior número de infrações foi aplicado na Avenida Sólon Padilha com 7.734, seguido do radar na Avenida Mato Grosso com 4.617 multas e na Rua Ceará com 3.410.

Mototaxista há 13 anos, Joilson Sales, de 37 anos, observa que nos últimos anos houve um aumento no número de veículos, no entanto, os condutores não se adaptaram às mudanças. “Há cinco anos uma determinada pessoa que levava 15 minutos para ir de casa ao trabalho, hoje leva mais tempo, mas os motoristas não entenderam isso. Saem de casa no mesmo horário querendo fazer o mesmo tempo que faziam antes. Não mudaram os hábitos então começaram a correr mais”, destaca.

Apesar de admitir que os condutores estão mais apressados no trânsito, o mototaxista também pontua que desconfia da calibragem identificada nas lombadas eletrônicas. “Já percebi que muitas vezes o velocímetro marca uma velocidade e a lombada outra. É complicado porque não temos como provar o contrário do que eles marcam”, ressalta.

O jardineiro Ari Coutinho, de 63 anos, diz que os condutores estão menos cautelosos. “Estão correndo mais. Se a gente obedece o limite de velocidade, acham que estamos atrapalhando o trânsito, tentam ultrapassar de qualquer jeito. Isso é imprudência”, enfatiza.

As multas por excesso de velocidade variam entre R$ 127,69 e R$ 191,54. Questionada sobre o valor arrecada com as multas, a assessoria de comunicação da Agetran alega que não tem autorização para divulgar os dados e justifica que “o dinheiro é aplicado conforme o art.320 da Lei 9.503/1997 (CTB) e Resolução CONTRAN nº 191/2006. Portanto, a receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito é destinada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”, finaliza.

A Agetran também explica que o “conformo o Parágrafo Único, o percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito. Resumindo, a Agetran segue a risco os artigos do CTB, com isso, o montante obtido das multas é aplicado nas políticas públicas de educação, sinalização e fiscalização, sendo que mesmo assim é insuficiente, dependendo de outros recursos municipais, de convênios, parcerias e verbas federais como Pró- Transporte e PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] Mobilidade”.

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