Médicos dizem que só voltam a negociar se a Prefeitura devolver gratificações
As gratificações representam mais de 60% da remuneração
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As gratificações representam mais de 60% da remuneração
Os médicos, que atendem pelo Município de Campo Grande, exigem que e a Prefeitura devolva as gratificações que foram cortadas para que as negociações sobre a greve tenham início. De acordo com o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) isso representa cerca de 60% na remuneração de um profissional.
Desta forma, de acordo com o Sinmed, o salário-base de um médico é de R$ 2.580, com as gratificações, este profissional chega a receber R$ 4.128.
O presidente do Sinmed, Valdir Siroma, explica que os médicos contavam com essas gratificações havia, pelo menos, 10 anos. “Cortaram os incentivos de atenção básica, de produtividade e o adicional de atividade médica preventiva, que consiste em orientações passadas pelos médicos à população para prevenir doenças”, ressalta.
Além do corte das gratificações, os médicos reclamam dos plantões que foram drasticamente reduzidos, já que, anteriormente, o limite máximo era de 14 plantões por profissional e atualmente esse número baixou para 10.
Assim como as gratificações, os plantões representam um grande aumento na remuneração dos médicos, visto que, de acordo com o Sinmed, os plantões de 6 e 12 horas valem, respectivamente, R$ 400 e R$ 776.
Atendimento
O sindicato informou que somente estão atendendo a população os médicos que trabalham nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e no CRS (Centro Regional de Saúde). Nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) só serão atendidos os casos de urgência.
Briga judicial
A fim de barrar a greve dos médicos, a Prefeitura de Campo Grande entrou na Justiça contra o Sinmed. Todavia, o sindicato afirma que não houve nenhuma notificação oficial da Justiça. Por isso a greve continua. Segundo Siroma, a greve é legal, ou seja, respeita o limite mínimo de 30% de profissionais trabalhando.
Pacientes revoltados
A auxiliar de limpeza Rosimeire Silva, de 39 anos, saiu revoltada da UPA (Unidade Básica de Saúde) Coronel Antonino. Ela disse que tem asma crônica e não conseguiu ser atendida na unidade. “Não posso ficar sem meus remédios”.
A aposentada Izildinha do Amaral, de 60 anos, tentou uma atendimento para o neto, mas não obteve sucesso. “Meu neto está com dor de ouvido e febre. É urgente, eles não podem negar atendimento”, esbraveja.
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