Manhã de sábado é marcada por protesto no caso do menino Luiz Gustavo

Morte da criança teria sido por erro médico

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Morte da criança teria sido por erro médico

A manhã deste sábado (28) foi marcada com um protesto no centro da cidade, que pedia justiça no caso do bebê de 9 meses, Luiz Gustavo. O pequeno morreu no último dia 15, na Capital, após sofrer uma parada cardíaca no Hospital Rosa Pedrossian.

Luiz Gustavo sofria de uma doença que impedia o sangue de coagular, ou seja, tinha que tomar regularmente uma medicação para poder regularizar, uma vez que, o menino já estava arriscando a dar os primeiros passinhos e, poderia vir a cair ou se machucar.

De acordo com o pai do garoto, o pedreiro Luiz Irio Ferreira, 36 anos, a morte do filho foi causada por uma negligência médica. “Na quinta-feira (12) a gente foi até o hospital para ele tomar a medicação; a enfermeira furou por sete vezes e não obteve sucesso, uma vez que, não encontrava veia no braço; feito isso, ela chamou a enfermeira chefe do plantão, que também não teve sucesso e perfurou a jugular e também não teve sucesso e encaminhou a gente para a casa”, narra.

Não melhorando e com o pescoço inchado, os pais retornaram ao hospital na sexta-feira (13) para enfim, serem atendidos. Ainda segundo o pai, a equipe do plantão daquele dia, novamente não conseguiu encontrar uma veia para aplicar a medicação. O nome do remédio, segundo o pai, é Fator 8.

“A médica de plantão tentou furar o outro lado do pescoço do meu filho, e mesmo não tendo sucesso, acionou outra enfermeira que achou uma veia na mãozinha dele, só que já era tarde e ele chorava muito, então elas decidiram internar para observação”, conta o pai.

Já no sábado (14) pela manhã, a médica do plantão disse que não poderia atender a criança alegando  não ser paciente dela, mas que iria ver o que poderia fazer. O menino ficou das 5 horas até as 10 horas chorando com dor e nada foi feito. Por isso, ele foi encaminhado ao CTI – Centro de Terapia Intensiva, onde teve de ficar sem a presença dos pais. Ainda no sábado, o menino teve uma parada cardíaca.

No domingo (15), após serem recebidos com a notícia de um médico do plantão, os pais foram até o Hospital e encontraram o filho já sem vida. “Meu filho chegou aqui para tomar um medicamento que era necessário a ele e saiu morto, isso não tem cabimento”, argumenta o pai, que está em estado de choque e tendo, como ele mesmo disse, que administrar a dor de sua esposa –mãe da criança que está sob efeito de calmante.

Caso de polícia

Durante a passeata, amigos e familiares estendiam cartazes com dizeres que lembravam justiça e saudades. O presidente da Associação de Vítima e Erros Médicos, Valdemar Moraes de Souza, durante o ato, relembrou que o bebê só morreu por conta de um descaso médico. “A médica que o atendeu tem responsabilidade de ter deixado o menino na mão da enfermeira, sem atendimento e, por isso, pedimos a exumação do corpo para investigar a causa-morte”, argumenta.

Ainda de acordo com o presidente, foi feito um Boletim de Ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia e o caso foi transferido para a Depca – Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente, afirmando que foram feitas várias perfurações na criança, sem necessidade, por isso o pedido na necropsia.

“Toda vez que existe erro médico, a gente não consegue punição porque os médicos são corporativistas, são vários os casos e até hoje nunca houve algum registro de prisão”, avalia.

Em 2013, a associação registrou cerca de 700 procedimentos malfeitos, causados por médicos e em 2014 ainda não há registros.

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