Juiz que determinou remoção da Cidade de Deus estranha reintegração de posse

Vieira disse que Altounian e seu advogado estiveram junto com ele em uma visita no Jardim Noroeste

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Vieira disse que Altounian e seu advogado estiveram junto com ele em uma visita no Jardim Noroeste

O Juiz de Direito que determinou a remoção das famílias da Cidade de Deus, Luiz Felipe Medeiros Vieira, estranhou ação do suposto dono de uma parte da área do Jardim Noroeste que está destinada as famílias da favela. Uma decisão da Justiça determina a reintegração de posse de uma parte da área. Vieira não quis comentar a decisão, mas estranhou a ação.

“Na audiência nós resolvemos tudo, ele assinou o acordo. Eu vou falar bem a verdade, eu fico surpreso, porque o Dr. Othon assinou comigo, me ligou, agradeceu. Acho muito estranho”, declarou.  Uma audiência pública foi realizada no dia 5 de Dezembro entre a Prefeitura de Campo Grande, o MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) e a Justiça. De acordo com Vieira, Arthur e Othon assinaram um acordo.

No dia 30 de Dezembro, o juiz plantonista Waldir Peixoto Barbosa determinou a reintegração de posse a Arthur Altounian de parte da área onde, atualmente, a Prefeitura executa obras de infraestrutura para abrigar cerca de 200 famílias.

A decisão é em caráter liminar, segundo informa o advogado dos proprietários, Othon Nasser. Conforme o relatório do magistrado, o Altounian e Eliza Bernardi Altounian “alegam que são proprietários da área, conforme prova a certidão da matrícula acostada, a qual sofre turbação promovida pelo requerido, o qual passou a abrir vias, ruas, buracos e valetas, o que vem demonstrado pelos documentos e fotos juntados”.

“Infelizmente, não posso te ajudar nesse momento porque eu não tenho nenhuma informação dessa decisão que veio no dia 30”, disse.

Vieira lamentou a ação de reintegração de posse e disse que Altounian e seu advogado estiveram junto com ele em uma visita na área do Jardim Noroeste, no dia 4 de Dezembro, e não comentaram sobre a suposta área de propriedade de Altounian. “Ele estava junto comigo, mostrou a área dele. Eu lembro que tinha um proprietário da área vizinha que a única coisa que reclamou é que a prefeitura fez umas valetas do lado direito para escorrer a água pluvial e naquele momento, se for o mesmo, o Othon estava junto comigo”, concluiu.

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