Índios comemoraram suspensão de ordem de despejo durante a madrugada

Indígenas de Antônio João conseguiram na Justiça direito de permanecer em fazendas

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Indígenas de Antônio João conseguiram na Justiça direito de permanecer em fazendas

Os indígenas que ocuparam quatro fazendas em Antônio João –a 402 quilômetros de Campo Grande – e que conseguiram liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) liminar para continuar nas propriedades comemoraram a notícia durante a madrugada desta quarta-feira (21). Eles ficaram sabendo da decisão pouco depois das 3 horas e segundo lideranças, houve choros e gritos de alegria. “Já havíamos perdido as esperanças”, diz.

Segundo uma liderança, que prefere não se identificar, com a ordem de reintegração de posse para ser cumprida na manhã desta quarta, os índios pretendiam resistir no local às forças policiais. “Não íamos sair e deixar de mão beijada um território demarcado e homologado”.

Logo cedo um grupo, composto principalmente de jovens Guarani-Kaiowá foram para a estrada impedir a passagem de carros. Eles fizeram um protesto e liberaram a via, quando foram informados da liminar que suspendia o despejo da comunidade. “Nós não incentivamos, mas eles querem uma vida de liberdade e ter um futuro melhor dentro do tekoha (terra indígena).

A liderança reclama que até agora, a morte do indígena Semião Vilhalva não foi esclarecida. Ela diz que no dia da morte, o irmão de Semião viu uma pessoa sair da mata, da direção de onde supostamente partiu o tiro. A Força Nacional teria detido o rapaz, mas ele não ficou preso. “Queremos que isso se resolva logo. Para que ninguém mais precise estar embaixo da terra”.

Durante a manhã, o local foi visitado por 13 representantes de entidade ligadas a direitos humanos e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Ocupação

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto, quando um grupo entrou na Fazenda Primavera. O conflito entre índios e produtores rurais em Antônio João chegou ao ponto máximo com a morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, durante confronto com fazendeiros, no dia 29 de agosto.

Posteriormente, os donos das fazendas Primavera, Fronteira e Cedro conseguiram na Justiça Federal a reintegração de posse. A Funai (Fundação Nacional de Índio recorreu e conseguiu na madrugada desta quarta-feira (21), liminar para suspender o despejo dos indígenas. Uma operação com centenas de policiais federais e militares foi deslocada à região em uma operação para cumprir a ordem judicial, que acabou suspensa. 

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