O conflito começou depois do atentado a Jolinel Leôncio na sexta-feira (29)

Continua tenso o clima entre indígenas da etnia terena e fazendeiros em Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande. O conflito começou depois de um atentado a Jolinel Leôncio Terena na sexta-feira (29), na Terra Indígena Cachoeirinha.

Na segunda-feira (1º), os terenas fizeram um protesto nas ruas do centro do município cobrando Justiça. Os terenas acusam um da região de ser o mandante do crime. Segundo uma das lideranças, Elvis Terena, foi feito um pedido de prisão do autor dos disparos, mas até o momento ninguém foi preso.

Agora eles aguardam a resposta das autoridades sobre o crime. Ainda de acordo com a liderança, na tarde de ontem foram feitas perseguições e ameaças ao povo terena. Na manhã desta terça-feira (2º), um dos indígenas ameaçado procurou a Delegacia de Polícia Civil para registrar a ocorrência.

Elvis Terena disse que acredita que o problema só vai terminar com a conclusão do processo das demarcações de terras indígenas. Os terenas cobram um posicionamento da Justiça e do governador, Reinaldo Azambuja, que disse que iria colaborar para acabar com o conflito.

O caso

Jolinel Leôncio Terena foi ferido a tiros na sexta-feira (29), por volta das 17h30, quando trabalhava em um roçado na Terra Indígena Cachoeirinha, com o irmão e um grupo de indígenas. Eles foram surpreendidos por homens em uma caminhonete Hilux branca que atiraram no grupo.

Jolinel foi atingido, tentou correr, mas após avançar aproximadamente 5 metros tombou. O indígena foi socorrido, mas precisou ser removido para hospital de Campo Grande com o projétil alojado. Ele já passou por cirurgia e deve receber alta médica em poucos dias.

Os outros indígenas identificaram o veículo como de um fazendeiro da região. Os indígenas afirmam que o alvo poderia ser Lindomar Terena, que estava perto do local do atentado. As suspeitas são porque Lindomar é frequentemente ameaçado de morte pelo fazendeiro.