Governo expõe a indígenas ideia de usar dinheiro de dívida para comprar terras

Proposta foi protocolado junto ao Governo Federal

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Proposta foi protocolado junto ao Governo Federal

Em reunião na tarde desta quarta-feira (2), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) apresentou a lideranças indígenas a proposta de usar o dinheiro da dívida do Estado, pago ao Governo Federal, para comprar terras e solucionar a demarcação de terras indígenas e o conflito com os fazendeiros.

Estiveram presentes na governadoria, além de Azambuja, alguns deputados estaduais, como Marquinhos Trad (PMDB), Pedro Kempp (PT) João Grandão (PT); e várias lideranças indígenas.

A dívida do Estado, que em 2014 era de R$ 8,3 bilhões, é paga mensalmente em parcela de R$ 86 milhões. A proposta do Governo, protocolada juntamente com os indígenas, ao Governo Federal é de que o valor pago seria usado para comprar terras para que a União repasse aos indígenas. Inicialmente, fazendas de Antônio João, Sidrolândia e outras três regiões do Estado seriam compradas e, assim, indenizar proprietários de terras que foram demarcadas como reservas indígenas, como estabelece a PEC 71 (Proposta de Emenda à Constituição) da Demarcação.

“O governo achou o caminho para, enfim, definitivamente solucionar o problema que se arrasta há anos e já causou muitos mortes. Acharam uma maneira legal de resolver o problema. Já tem o recurso disponível para a compra das terras. Só depende da boa vontade do Governo Federal”, disse o governador.

“O governo federal ainda não deu resposta se vai ou não aceitar a proposta, mas sinaliza que vai aceitar a negociação”, disse o deputado Pedro Kempp. Segundo ele, técnicos do Ministério da Justiça já vieram para o Estado visitar cinco áreas de conflito. “É o primeiro passo”.

Para Kempp, os dois lados estão dispostos a negociar. “Eu conversei com o proprietário de uma fazenda em Antônio João, e ele disse que se o governo pagar, ele sai no dia seguinte”.

Os índios também querem o apoio do governo e agilidade no processo. São 37 fazendas ocupadas em Mato Grosso do Sul, e segundo o cacique terena Chico Ramiro, da aldeia terna de Aquidauana, no total são mais de 60 fazendas em disputa. “São 7,5 mil indígenas esperando a solução, estamos contentes com a possibilidade”, ressalta.

Segundo o terena, várias lideranças indígenas do Estado comentaram que vão para Brasília sensibilizar a Dilma sobre a causa. 

Conteúdos relacionados