Funcionários do centro pediátrico temem fechamento após corte de salários
Sesau nega fechamento e diz atender recomendação do MPE
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Sesau nega fechamento e diz atender recomendação do MPE
A Prefeitura de Campo Grande cortou salários de médicos e funcionários do centro pediátrico municipal nesta segunda-feira (5). O corte aliado a boatos de que o hospital será fechado deixou os funcionários temerários de debandada de médicos.
Diversos funcionários procuraram a reportagem para informar que todos tiveram gratificações cortadas e que o centro pediátrico será fechado em breve. Segundo a denúncia teria até acontecido uma reunião na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informando do fim do hospital e revelando que os funcionários seriam redistribuídos na rede pública de saúde.
Outra informação que circula entre os funcionários do centro pediátrico é que pelo menos cinco médicos já teriam pedido para sair nesta segunda e que eles cogitam uma demissão em massa na terça-feira (6). “Médicos contratados pediram exoneração e o quadro já está menor nesta tarde”.
Sesau nega fechamento
O secretário municipal de saúde Ivandro Fonseca negou que o centro pediátrico será fechado, mas sim reestruturado. “Estamos seguindo recomendação do Ministério Público Estadual, que constatou diversas irregularidades neste hospital, como salários que não estão em conformidade com o restante da rede pública de saúde. Encontramos salários de médicos em que a diferença era de 200% com a de profissionais de outra unidade de saúde”.
Ivandro informou que o corte faz parte do projeto de reestruturação da saúde pública do município. “Os médicos e servidores não têm culpa do que aconteceu na gestão anterior, mas não podemos compactuar com as irregularidades. Estamos tomando as providências cabíveis”.
Sobre o boato de que os médicos do centro pediátrico pediriam demissão em massa, Ivandro afirma não ter sido informado. “Mas seguindo as normas do Conselho Regional de Medicina, eles não podem abandonar uma unidade de saúde, se fizerem isso estarão passíveis à ações penais”.
O Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) foi contatado e o presidente Valdir Siroma declarou que o sindicato não foi comunicado por nenhuma das partes. “Só atuamos quando recebemos uma denúncia. Não chegou nada de oficial”.
Atendimento lento
O Midiamax foi até o centro pediátrico para verificar a suposta baixa no quadro de médicos. Elisângela Pereira da Silva, com filha de colo, chegou às 10h e só foi atendida cinco horas depois, no meio da tarde.
Outros pacientes reclamaram da lentidão do atendimento e afirmaram estar desde às 9h esperando com as crianças com fome por não almoçarem.
De acordo com funcionários, atendem nesta tarde cinco médicos plantonistas. O normal é sete, mas a demora no atendimento foi atribuída à falta de pediatras nas unidades de saúde da Capital. Apenas o centro pediátrico e a UPA Coronel Antonino estão com pediatras, motivo da alta demanda.
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