Em meio a greve, Prefeitura e ACP divergem sobre salários dos professores
Município diz que paga acima do piso; segundo sindicato, dados são para confundir
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Município diz que paga acima do piso; segundo sindicato, dados são para confundir
A Prefeitura de Campo Grande e o ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) vivem um cabo de guerra referente aos salários pagos aos professores da rede municipal de ensino. De um lado, o Poder Público garante que já paga acima do previsto em lei à categoria e não condições financeiras de dar aumento, enquanto do outro a entidade sindical vê, no discurso do Executivo, uma forma de confundir a população e jogá-la contra os grevistas.
Os professores pedem 13,01% de reajuste e estão em greve desde 25 de maio. Dizem ser o necessário para cumprimento de lei federal que estabelece o piso salarial dos professores.
“Nenhuma categoria teve reajuste, e nós cumprimos a lei pagando o piso aos professores”, rebate Wilson do Prado, secretário municipal de Administração e interino de Educação. Segundo ele, só em setembro próximo a Prefeitura poderia voltar a discutir uma proposta de aumento salarial e, mesmo com a proposta enviada pelo ACP de parcelar os 13,01% em dez vezes, a folha de pagamento seria impactada, já que 50% dela é referente aos salários dos docentes.
“Estamos em um processo de reestruturação e iria virar uma bola de neve, já que em janeiro temos outro aumento. O de 13% iria se tornar 18%, 20%”, antecipa Prado. Ainda de acordo com o secretário, 86% das escolas municipais já retomaram as atividades, o que mostra enfraquecimento do movimento: “a greve deixou de ser pela categoria e se tornou política para enfraquecer a gestão municipal”, defende.
Por outro lado, Geraldo Gonçalves, presidente do ACP, afirma que dados divulgados pelo Município, revelando professores com salários de até R$ 17 mil, não condizem com a realidade. “Vamos mostrar pelo contracheque dos professores que não existem estes valores repassados pela Prefeitura. A divulgação destes valores é para confundir opinião pública”, diz o sindicalista.
De acordo com o presidente da ACP, o piso pago aos professores do município é de R$ 1.697, sendo que o piso nacional é de R$ 1.917. “Queremos esta diferença, que no final fica em 13,01%. Não estamos discutindo salários, e sim o piso não aplicado no município”, ressalta.
Ainda de acordo com Geraldo, a Prefeitura ajuizou ação contra o presidente do sindicato, no valor de R$ 200 mil por danos à imagem do prefeito, Gilmar Olarte (PP). “O advogado do sindicato está estudando o recurso. Não nos interessa a vida dele (prefeito), e sim que ele cumpra a lei”, afirma – na verdade, trata-se de uma ação do próprio prefeito contra o ACP, por conta de um vídeo sobre a greve.
O jornal Midiamax solicitou oficialmente, de acordo com o disposto na lei de acesso a informação, que a Prefeitura divulgue a lista dos salários dos professores.
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