Coleta foi interrompida na última terça-feira

As ruas do centro de , amanheceram com lixos espelhados por todos os lados nesta quinta-feira (10), no segundo dia de paralisação da coleta. A Solurb, empresa responsável pelo serviço, afirma que está há três meses sem receber e que só retorna depois que o pagamento for efetuado pela Prefeitura da Capital. Enquanto isso, os comerciantes reclamam da situação e temem prejuízos.

Sem previsão de retorno do serviço, o lixo se acumula e acaba espalhado pelas ruas da cidade. A comerciante Ducinéia Gonçalves Lemes, de 34 anos, é dona de uma lanchonete localizada no centro da Capital. Ela teme que a sujeira espante os clientes e provoque prejuízos.

“Esta situação pode prejudicar o meu estabelecimento porque os clientes passam pelo lixo e perdem a vontade de comer e isso diminui meu faturamento. É uma situação desagradável. Quem vai cobrir o meu prejuízo?”, questiona.

O comerciante Marcílio Braz, de 40 anos, diz acreditar que a clientela seja reduzida por conta do acúmulo de lixo próximo dos estabelecimentos da área central da cidade.

“É uma situação complicada. Acredito que isso seja alguma briga política que acaba prejudicando o povo de forma geral. A cidade é prejudicada com esse lixo todo espalhado e o pior é que não tem previsão para que voltem a fazer a coleta”, frisa.

O pedreiro Francisco Geilson, de 54 anos, que passava pelas ruas do centro, no início da manhã de hoje, lamentou a situação. “Isso é uma questão política e que prejudica a imagem da cidade, principalmente para quem chega a Campo Grande e não sabe o que está acontecendo. Sem contar que esse lixo todo espalhado pode transmitir doenças à população”, destaca.

Em ofício encaminhado à Prefeitura de Campo Grande nessa quarta-feira (9), a Solurb, empresa responsável pela e varrição de ruas na cidade, afirma que tem R$ 23,8 milhões a receber do Município e que só vai retomar o serviço, depois que o pagamento for efetuado.

A Solurb assumiu os serviços em 2012, no último ano do mandato de Nelson Trad Filho. Responsáveis pela empresa afirmam que desde então, deveria ter tido dois reajustes anuais nos valores pagos pela Prefeitura, mas isso não aconteceu. Eles alegam, também, estar prevista a correção dos valores pagos em atraso, o que também não ocorreu.

A Prefeitura, por sua vez, divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que a empresa recebeu R$ 56 milhões e que o último pagamento foi realizado no dia 24 de agosto e que “não existem pagamentos em aberto com a Solurb, pois as despesas dos serviços dos meses de junho e julho ainda não foram liquidadas”.

De acordo com a nota, “o processo está em andamento para ser atestada a prestação de serviço e somente após a medição e conferência minuciosa é que novo pagamento será feito”.

Sem acordo entre a Prefeitura e a Solurb, não há previsão para que o serviço de coleta de lixo, interrompido na última terça-feira (9), seja normalizado em Campo Grande.