Pneus acumulam água e podem servir de criadouros para o

Os pneus são um dos principais criadores do Aedes aegypti, mosquito transmissor de , chikungunya e . Moradores que vivem próximo a uma borracharia no Bairro Santa Emília, em , estão preocupados com os pneus que são descartados na calçada, acumulando água e se tornando possíveis criadouros para o mosquito transmissor das doenças.

Após denúncia, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi a uma borracharia e encontrou cerca de 40 pneus ocupando a calçada e um pedaço da rua em frente ao estabelecimento.

Um jovem, que trabalha na região da Rua General Alberto Carlos Mendonça, disse que a borracharia sempre tem pneu na entrada. “Ele (o proprietário) vende muito pneu. Todo dia tem gente aí trocando ou comprando. Pelo que eu vejo, uma vez a semana vem um veículo buscar os pneus”, afirma.

A equipe de reportagem encontrou água acumulada nos pneus, o que preocupa uma moradora da região. A mulher, que não quis se identificar, disse que não é a primeira vez que vê pilhas de pneus descobertos na borracharia. “Eu sempre vejo pneu aí, vai uma pilha embora, se forma outra. A gente se preocupa com a dengue e as outras doenças que podem causar, afinal, ninguém quer ficar doente”, explica.

Patrícia Antunes é supervisora de área do CCEV (Centro de Controle de Endemias e Vetores) e trabalha há 10 anos com controle de dengue na cidade. “A conscientização tem que partir da população. Ás vezes, as pessoas até limpam suas casas, mas vão lá e jogam o lixo em um terreno baldio”, afirma.

De acordo com o proprietário da borracharia, João Revelo Neto, todo dia passa um caminhão para recolher os pneus. “Eu pago R$ 2,50 por pneu para ser recolhido. Estou há dois anos com essa borracharia e todo dia passa o rapaz lá recolhendo. Sou o único proprietário que faz o descarte correto dos pneus. Era para o rapaz ter passado ontem, mas não deve ter passado porque choveu, mas amanhã de manhã, estará vazio lá na frente”, afirma.

João ainda disse que muitos pneus não são dele. “Tem muitas borracharias que são ilegal, e o pessoal vai e deixa lá os pneus. Ontem, eu deixei cerca de 10 pneus lá, hoje, passei lá e já tinham uns 40”, alega.

“Entrar em terrenos baldios e casas que estão fechadas foi uma boa medida da Prefeitura. Eles até que fazem, mas há muitas pessoas que não colaboram. Por isso, é importante a punição. No trânsito, se erramos levamos multa, por que não também no combate ao mosquito”?, entende Patrícia.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura foram 9.447 casos suspeitos de dengue no ano. O zika vírus, que tem tirado o sossego das gestantes, e deixado os repelentes em falta no mercado, tem 152 casos investigados, e segundo a secretaria, nenhum confirmado. Já em relação à chikungunya, ocorreram 97 notificações, com dois casos confirmados.

Proprietários de terrenos, casas, e lojas onde forem encontradas focos da dengue são notificados. E, se essa pessoa for reincidente, ela vai presa por crimes ambientais. Em Campo Grande, o proprietário de uma conveniência foi preso no dia 15 por manter focos no depósito.

No sábado (12), o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) lançou o mutirão contra o mosquito Aedes aegypti, com 10 caminhões cedido pela Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso do Sul) e duas pás carregadeiras da Seintrha (Secretaria de Obras) para a retirada de materiais que acumulam água e são criadouros do mosquito Aedes aegypti.