Troca de senha é feita anualmente nas agências

A greve dos bancários, iniciada no último dia 6, começa a preocupar os aposentados e pensionistas que dependem do atendimento nas agências para realizar a prova de vida, ou seja, a troca de senha feita anualmente a fim de garantir que o benefício mensal seja depositado.

Conforme dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em Mato Grosso do Sul existem 287 mil aposentados e pensionistas. Todos precisam fazer o procedimento para receber o benefício. Impedido de realizar a prova de vida, o aposentado, critica a paralisação dos bancários.

Gilmar Frets, de 57 anos, também comenta a questão. “Infelizmente a greve afeta todos os setores. Tudo na cidade para, não é só a prova de vida que não é realizada, muitos outros serviços são prejudicados. Meu cartão, por exemplo, quebrou e não consegui receber ainda”, lamenta.

Jesus Aparecido de Oliveira, de 62 anos, também comenta a questão. “A greve só tende a prejudicar tudo. Com os bancos parados não temos como fazer a prova de vida. Não sou contra a reivindicação, mas no fim acaba atrapalhando”, declara.

O aposentado Waldemar Gomes, de 67 anos, reclama dos efeitos da paralisação, mas defende os bancários. “Greve só traz prejuízos, mas cada um faz a reivindicação dentro daquilo que tem direito”, observa. Precavido, Adilson Luiz de Oliveira, de 67 anos, diz que já havia feito o procedimento. “Eu já fiz para não correr o risco de não receber”, relata.

Daniel dos Santos, de 70 anos, ressalta que a paralisação afeta diversos atendimentos à população. “Está tudo parado. Não prejudica só a prova de vida. Muita coisa depende dos bancos”, destaca. O aposentado Omar dos Santos, de 71 anos, também se antecipou e alterou a senha antes do vencimento, mas reclama que a prova de vida tenha de ser feita nas agências.

“Eu fiz há uns dois meses, mas acho um absurdo que um aposentado tenha de ir ao banco fazer esse procedimento. Muita gente não tem condições, alguns têm problemas de saúde vão até a agência e não conseguem fazer a prova de vida. O banco deveria ao menos atender os aposentados”, sugere.

A assessoria de comunicação do INSS informou ao Jornal Midiamax que não irá bloquear o benefício no período de greve, no entanto, com o fim da paralisação os beneficiários deverão realizar o procedimento nas agências bancárias a fim de garantir o pagamento do mês seguinte.

Paralisação dos bancários –

A categoria pede reajuste de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda da inflação, além de mais contratações e segurança. 

Em reunião realizada nessa quarta-feira (21), a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs 8,75%, mas a proposta foi rejeitada pela categoria e a paralisação segue por tempo indeterminado.