Com falta de vagas em hospitais idosos amargam espera por transferência

Deficit seria de 800 leitos

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Deficit seria de 800 leitos

Mais um caso de descaso com pacientes idosos que precisam com urgência de transferência para hospitais do município. Um idoso, Osvaldo Garcia, de 85 anos, foi levado com quadro de derrame na manhã desta terça-feira (18) para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário,  pela filha, Sônia Garcia, de 58 anos, que desde às 5 horas da manhã luta por uma vaga em um hospital.

“Trouxe meu pai muito mal, com a língua enrolando e nem medicação deram para ele, apenas soro para abrir as veias, me disseram que não tem vagas nos hospitais”, fala desesperada Sônia. De acordo com a filha, no domingo teve de levar seu pai ao posto do Coophavila e só foi liberada às 23 horas, mas nesta madrugada o pai voltou a passar mal e foi encaminhada para a UPA Universitário.

“Aqui me falaram que meu pai precisa ser atendido por um especialista e precisaria de uma transferência urgente”, diz.

O caso de Osvaldo Garcia, não é o único, nos últimos meses vários idosos passaram pelo problema de não conseguirem vagas em hospitais e alguns acabaram morrendo na espera. Como a morte ocorrida no dia 26 de julho na UPA Coronel Antonino, quando o idoso Joaquim Alves de Araújo, de 82 anos, morreu depois de esperar por cinco dias uma vaga em um hospital. O idoso foi diagnosticado com pneumonia, mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.

Outro caso ocorreu no dia 3 de junho, quando o idoso Eribaldo Fagundes Malta, de 61 anos, diagnosticado com câncer, foi internado na UPA do Coronel Antonino e depois de quatro dias esperando por uma vaga acabou morrendo horas depois da transferência.

No dia 27 de julho, uma idosa de 77 anos, Abadia Alves Rosa, também amargou uma longa espera por transferência. A idosa chegou à UPA da Vila Almeida com quadro de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

O que ocorre de acordo com o coordenador de emergência e urgência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Frederico Garlipp, é que o município sofre com a superlotação nos hospitais, e consequentemente, a falta de leitos. “Não tem leitos nos hospitais e a secretaria está tendo de comprar vagas em hospitais particulares”, enfatiza.

Segundo Garlipp o munícipio tem em média 1.260 leitos distribuídos e seriam necessários mais 800 leitos para resolver o problema, ainda de acordo com o coordenador desde a semana passada já foram comprados 13 leitos em hospitais particulares, ao custo médio cada um a diária de R$ 3 mil.

De acordo com a Resolução do CFM nº 2.079/14 nos artigos 12, 13 e 14, o tempo máximo de permanência de um paciente em UPA é de 24 horas, estando indicada a internação após esse período.

Art. 12. O tempo máximo de permanência do paciente na UPA para elucidação

diagnóstica e tratamento é de 24h, estando indicada internação após esse período,

sendo de responsabilidade do gestor a garantia de referência a serviço hospitalar.

Art. 13. Pacientes instáveis, portadores de doenças de complexidade maior que a

capacidade resolutiva da UPA, em iminente risco de vida ou sofrimento intenso,

devem ser imediatamente transferidos a serviço hospitalar após serem

estabilizados, se necessário utilizando a “vaga zero”.

Art.14. É vedada a permanência de pacientes intubados no ventilador artificial em

UPAs, sendo necessária sua imediata transferência a serviço hospitalar, mediante

a regulação de leitos.

Art. 15. É vedada a internação de pacientes em UPAs.

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