Com cartazes e nas redes sociais, pais e alunos pedem por volta às aulas

“Um lugar de ensino, aprendizagem, onde pensamos no futuro, está como? Em greve!”, protesta aluna

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“Um lugar de ensino, aprendizagem, onde pensamos no futuro, está como? Em greve!”, protesta aluna

Uma aluna da Rede Municipal de Ensino postou sua opinião sobre a greve dos professores em sua página pessoal numa rede social, na mensagem a jovem se diz “prejudicada com essa greve que por sinal já dura 1 mês e sem previsão de retorno”. A mensagem foi compartilhada, curtida e comentada por outros adolescentes, que também pediram o retorno às aulas.

Os comentários se dividem entre culpar a prefeitura e criticar os professores: “Culpa desse prefeito” diz uma adolescente, “Dele nada a culpa e dos professores que não aceitam as propostas e quem paga somos nós”, critica o outro.

A dona da postagem ainda tenta amenizar a situação, argumentando que o reajuste é direito dos professores, mas que a greve poderia ter sido feita nas férias, sem prejudicar os alunos. “Ou seja o prefeito não cumpriu, os professores estão sem dinheiro, e nós alunos estamos sendo prejudicados”, reforça a aluna.

Pais também pedem por volta ás aulas

Na escola Municipal Arlindo Lima, na área central da cidade, alguns pais colocaram cartazes em forma de protesto. Na escola as aulas voltaram parcialmente, sendo três turmas na parte da manhã (1º e 5º ano A e 5º B) e duas na parte da tarde (3º B e 4ºC).

Flávio Borges, 37, explica que tem quatro filhos que estudam na escola e apenas as aulas da filha que estuda no 3º B vespertino voltou. “A minha esposa, que trabalha comigo, teve que parar e ficar em casa com as crianças, então além do prejuízo na educação deles, ainda tem o financeiro, porque se ela não trabalha, nosso serviço rende menos”, explica o produtor de eventos.

Adriane Barbosa, mãe de um aluno do 3º ano, comenta que as aulas do filho voltaram parcialmente. “Ele está tendo algumas matérias, então você imagina, para uma criança de oito anos, que não segue uma linha cronológica de aprendizado, ficar uma mês sem aula atrapalha tudo. A gente tem que passar um tempão com ele para rever os conteúdos diariamente. Ontem fiquei três horas fazendo tarefa”, destaca a mãe sobre o impacto na educação dos alunos.

Os dois pais afirmaram que se solidarizam com a situação dos professores, mas que acham que a greve já foi além do tolerável. “Eu entendo e acho justo que eles reivindiquem, mas a greve já foi longe de mais, o prefeito já deveria ter resolvido esta questão”, destaca Adriane.

A direção da escola explicou que esse retorno parcial é porque alguns professores efetivos decidiram votar, enquanto os concursados mantém a greve. A direção também reforçou que a greve tem afetado profundamente as famílias, que vão frequentemente à escola em busca de informações e sem saber para quem pedir ajuda, recorrem até a Guarda Municipal que fica na escola, buscando uma intermediação com os professores.

Greve:

O presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Professor Geraldo … explicou que os professores seguem em greve, pelo menos até sexta-feira (26) quando o sindicato deverá dar um parecer sobre a proposta que deve ser apresentada nesta quinta-feira (25) pela prefeitura. “Em reunião com o líder do governo na tarde de ontem, nós sinalizamos que aceitamos receber os 13% divididos em 10 vezes. Eles ficaram de apresentar o parecer deles até amanhã, e na sexta cedo devemos nos reunir para discutir o novo acordo”, explicou o presidente.

Situação das escolas:

Conforme o último balanço da ACP, feito no inicio da semana, 13 escolas ainda estão totalmente paralisadas, 29 já voltaram ao trabalho normalmente e 55 estão divididas.

A prefeitura por sua vez, divulgou nota nesta terça-feira (24) afirmando que apenas sete escolas das 94 escolas municipais ainda estão em greve. De acordo com as informações, devido ao enfraquecimento da paralisação, 92,5% das escolas já estão trabalhando normalmente.

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