Coleta só volta quando Prefeitura pagar dívida de R$ 23,8 milhões, afirma Solurb

Prefeitura afirma que está em dia

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Prefeitura afirma que está em dia

Em ofício encaminhado à Prefeitura de Campo Grande nesta quarta-feira (9), a Solurb, empresa responsável pelo coleta de lixo e varrição de ruas na cidade, afirma que tem R$ 23, 8 milhões a receber do Município e que só vai retomar o serviço, que está parado desde ontem. No documento, a empresa notifica a administração municipal da decisão e elenca seis faturas a receber e diz que vinha enfrentando muitas dificuldades para prosseguir o trabalho e pagar os compromissos, incluindo o salário dos mil empregados.

A Solurb assumiu os serviços em 2012, no último ano do mandato de Nelson Trad Filho e afirma que desde então, deveria ter tido dois reajustes anuais nos valores pagos pela Prefeitura, mas isso não aconteceu. Alega, também, estar prevista correção dos valores pagos em atraso, o que também não está acontecendo, apesar da demora na quitação das faturas ser contumaz.

Ainda de acordo com a empresa, antes de suspender os serviços, houve tentativa de negociar com a Prefeitura, sem sucesso. O ofício é encaminhado para o prefeito Alcides Bernal (PP), para a Agereg (Agência Municipal dos Serviços Regulados), para a Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação) e para a Seplanfic (Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle).

De acordo com a empresa, os pagamentos vem sendo feitos com prazo superior a três meses, como permite a lei. O último pagamento recebido, de R$ 56 milhões, conforme a Prefeitura, feito em agosto, a Solurb diz se referir a serviços de mais de 90 dias atrás.

Nesta tarde, ao ser indagado sobre o impasse, o prefeito Alcides Bernal afirmou estar dentro do prazo legal e disse já ter enviado notificação à empresa para retomar os serviços paralisados. Na semana passada, os serviços também foram parados, por decisão dos funcionários, em razão do não pagamento do vale-alimentação.

Em 2013, quando Bernal estava no comando da Prefeitura, a falta de pagamento também deixou a cidade sem coleta por um dia. De acordo com informações obtidas junto à empresa, na administração Gilmar Olarte também foram feitas várias notificações, mas nunca chegou ao ponto de suspender o serviço pois os pagamentos eram feitos, ainda que com atraso.

Indagado sobre a possibilidade de intervir junto a Solurb, ele alegou que “caso (os trabalhos) não voltem, vamos cumprir o que reza a lei e o que diz o contrato”.

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