Coleta de lixo hospitalar volta a ser suspensa em Campo Grande

Decisão de funcionários da Solurb descumpre ordem

O serviço de coleta de lixo em Campo Grande está 100% paralisado. Nesta manhã de quinta-feira (17), os funcionários da Solurb, concessionária responsável pela coleta de lixo na Capital, decidiram interromper a coleta de lixo hospitalar. Este era o único serviço que, sob ordem judicial, ainda estava sendo realizado pelos trabalhadores.

Na última sexta-feira (11), o juiz Ricardo Galbiati, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, determinou que a Solurb voltesse a recolher o lixo do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, sob pena de multa de R$ 30 mil diários, limitada a quantia total de R$ 300 mil.

Conforme o presidente do Steac-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul), Wilson Gomes da Costa, nesta manhã, em uma nova assembleia realizada no pátio da empresa, os trabalhadores votaram por descumprir a ordem judicial e interromper o serviço.”Os trabalhadores estão ficando sem comida em casa e por conta disso se recusam a manter a coleta, inclusive nos hospitais”, afirma.

O presidente do Steac-MS se reúne nesta manhã com a assessoria jurídica da empresa para saber quais providências deve adotar em relação às determinações judiciais que exigem a volta do serviço e estabelecem multas por descumprimento. “Vamos ver o que podemos fazer a respeito”, declara.

Na última terça-feira (15), uma decisão judicial expedida pelo juiz Alexandre Tsuyoshi Ito, determinou que a Solurb retomasse os serviços em um prazo de 12 horas sob multa diária de R$ 50 mil, limitada a R$ 1 milhão. O Sindicato também foi notificado, mas a categoria votou por descumprir a determinação.

A Solurb conta com 1.080 trabalhadores. O serviço de coleta foi interrompido pela Solurb no último dia 9. A empresa alega ter R$ 23,8 milhões a receber do Município.

Os trabalhadores afirmam que não receberam o salário referente a agosto. Em média, os profissionais recebem R$ 845,00, mais R$ 315,00 de adicional de insalubridade e vale alimentação no valor de R$ 373,00. Os funcionários que não têm falta registrada também são beneficiados com cesta básica.