Borracheiros faturam mais e colecionam histórias de ‘vítimas’ de buracos
Professor estourou o mesmo pneu no mesmo buraco três vezes no dia
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Professor estourou o mesmo pneu no mesmo buraco três vezes no dia
Em tempos em que os buracos tomam conta das ruas de Campo Grande e irritam motoristas, ciclistas e pedestres, os borracheiros têm motivos para ver a situação com bom humor: além de colecionar histórias de “vítimas” dos buracos, algumas engraçadas, eles comemoram o aumento de movimento e do lucro.
Chuva + buraco = mais movimento
Élton Suarez trabalha em borracharia na 26 de agosto, no centro da Capital. O borracheiro conta que de setembro para cá, o trabalho dobrou. “Principalmente em setembro, que choveu muito e surgiram muitos buracos. Foi bom, rendeu bastante movimento”.
Élton não soube estipular uma média de pessoas que vão à borracharia após passar por buracos, mas sabe a região que os clientes mais reclamam. “Na região do Atacadão, perto da UFMS, é o lugar onde a maioria reclama dos buracos”. Foi o caso de um Audi, cujo dono foi à borracharia apór perder a roda e ter dois pneus estourados por conta dos buracos.
Nesta quarta-feira (14), em que a reportagem visitou o local, o borracheiro contou que pela manhã, um homem chegou revoltado, pois tinha passado por buracos e estourado os dois pneus de uma vez. Os motociclistas são os que mais sofrem. “Moto é o que mais vem”.
O mesmo pneu no mesmo buraco três vezes
Em visita à borracharia que existe há mais de 15 anos na Avenida da Capital, na Vila Margarida, ouvimos a impressionante história do professor que teve o mesmo pneu estourado, no mesmo buraco, três vezes.
“Esta semana mesmo, um professor veio aqui três vezes. Nas três vezes estourou o mesmo pneu, no mesmo buraco, perto da Semed (Secretaria Municipal de Educação)”, conta Dantas, borracheiro há trinta anos.
Para o profissional, apenas duas vezes em Campo Grande o movimento das borracharias aumentou desse tanto. “Durante a primeira gestão do Puccinelli e agora. Por dia recebemos de cinco a seis pneus cortados, fora roda amassada, pneu estourado”, lista.
O borracheiro também coloca os motociclistas como maiores vítimas. “Antes dessa buraqueira vendíamos dez câmaras por semana, agora vendemos de trinta a cinqüenta”.
A esposa de Dantas, Sandra Ister, conta que apesar da grande movimentação, o casal sabe que o serviço vale mais do que é cobrado. “Temos mais serviço, mas para garantir a clientela cobramos preço abaixo do devido, senão o cliente não volta”.
O borracheiro dá um exemplo: a vulcanização de um pneu, que segundo ele deveria ser cobrada a setenta reais é cobrada por vinte. “Estamos salvando o pneu. Mas se não abaixarmos as pessoas vão para outra borracharia”.
Dica
Como solução para amenizar os danos com os veículos, tanto Élton quanto Dantas citam a roda de ferro. “A maioria das rodas é esportiva. A de ferro se estoura o pneu não estraga a roda. É um gasto a menos”.
A Prefeitura de Campo Grande suspendeu o serviço de tapa-buraco em agosto e já anunciou que vai fazer uma contratação emergencial, mas ainda não anunciou detalhes.
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