Agosto registra temperatura mínima mais alta desde 2002 na Capital

Mínima de 14,1 graus é a maior dos últimos anos

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Mínima de 14,1 graus é a maior dos últimos anos

O mês de agosto deste ano em Campo Grande foi atípico. As temperaturas mínimas do período bateram o recorde desde o ano de 2002.

Conforme levantamento feito pelo Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos), a maior temperatura mínima absoluta registrada em 2015 foi de 14,1 graus – enquanto no ano passado registrou-se 10,9 graus no mesmo período. Para se ter ideia de como as temperaturas aumentaram significativamente, em 2013 o frio de agosto chegou a beirar zero grau, com 3,1 graus.

Mas, a que se atribui a elevação surpreendente das temperaturas mínimas na Capital sul-mato-grossense? Para a meteorologista do Cemtec-MS, Cátia Braga, tudo se deve a intensidade do fenômeno El Niño. Braga explica que este ano o fenômeno foi mais forte, e fez com que as chuvas ficassem mais fortes em julho e o inverno mais quente.

A meteorologista, inclusive declara que especialistas do mundo inteiro já anunciaram que o calor constatado no primeiro semestre de 2015 superou o de 2014 – tido até então como o ano mais quente dos últimos anos no mundo.

“Não foi um El Niño forte, foi muito forte, com temperaturas elevadas. Além disto passamos por um período de aquecimento global”, comenta.

As interferências do fenômeno não param por aí. Cátia Braga antecipa que as cidades do norte de Mato Grosso do Sul podem ter temperaturas próximas dos 40 graus depois do feriado de 7 de setembro. Ainda esta semana em Campo Grande os dias serão de muito calor, mas uma chuva é esperada para amenizar o tempo na próxima semana.

Consequências do El Niño no planeta

O mestre em Geografia humana, Júlio César Lázaro da Silva, diz que o El Niño altera a distribuição de calor e umidade em diversas localidades. Na Oceania, em especial a Austrália, e em algumas ilhas do Pacífico, além de países do sudeste Asiático, como Indonésia e Índia, os verões normalmente úmidos acabam tendo uma redução na quantidade de chuvas.

No litoral da América do Sul e da América do Norte ocorre um aumento das temperaturas e, especialmente nos meses de verão, há também um aumento das chuvas e enchentes. Para as áreas pesqueiras do Pacífico leste, como Peru, Chile e Canadá, o El Niño pode ser dramático, diminuindo consideravelmente a quantidade de peixes de acordo com o nível de aquecimento das águas.

 

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