‘Cemitério’ com viaturas dos bombeiros chama a atenção de moradores em bairro da Capital

Pátio tem caminhões, ambulâncias e veículos pequenos sucateados e parados na periferia de Campo Grande. O Comando nega que estejam faltando unidades, e diz que equipamentos aguardam para ir a leilão.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Pátio tem caminhões, ambulâncias e veículos pequenos sucateados e parados na periferia de Campo Grande. O Comando nega que estejam faltando unidades, e diz que equipamentos aguardam para ir a leilão.

Um quintal com mais de 30 veículos do Corpo de Bombeiros parados chama a atenção de vizinhos e moradores no Jardim Itamaracá, região sul de Campo Grande. São caminhões, ambulâncias e carros pequenos. Além disso, no pátio do Comando, na Avenida Fábio Zahran, há mais unidades encalhadas.

Alguns dos equipamentos estão aparentemente sucateados. São ABT (Auto Bomba Tanque), ABR (Auto Bomba Resgate), ABS (Auto Bomba Salvamento), UR (Unidade de Resgate) – que são as ambulâncias, AC (Auto Comando), AT (Auto Tanque) e até a Magirus, adquirida há mais de dez anos e que tem acoplada a maior escada para atendimento em Campo Grande.

A unidade com a escada já foi alvo de inúmeras denúncias por estar ultrapassada para o padrão urbano de Campo Grande. A Magirus fica na unidade do centro da cidade, e constantemente apresenta problemas mecânicos, segundo militares que não se identificam para evitar represálias.

Segundo as informações, caso Campo Grande enfrente um incêndio de grandes proporções em um edifício residencial, por exemplo, será um desastre por causa do equipamento obsoleto e com problemas constantes.

Há pelo menos um mês, a Magirus foi flagrada no pátio da mecânica que presta o serviço ao governo do Estado. No quartel central, a reportagem confirmou que a unidade ela não retornou para a base, na Rua 14 de Julho, entre a Rua 7 de Setembro e Avenida Fernando Corrêa da Costa.

Outros militares dizem que, mesmo com a recente entrega de viaturas, houve problemas de logística para garantir o atendimento em Campo Grande em três ocasiões de feriados prolongados, quando a cidade teria ficado com apenas uma UR disponível.

“Não atendemos só a Capital, mas algumas áreas e cidades próximas que não tem quartel. O trabalho redobra e sobrecarrega tanto para os bombeiros que fica de mãos atadas, quando para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, revelam.

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ociel Ortiz, nega. Segundo ele, um levantamento deve informar o número exato de viaturas que há em Campo Grande e no Estado, e quantas destas estão ‘baixadas’, ou seja, fora de uso para manutenção.

No primeiro semestre, o Corpo de Bombeiros com o governo do Estado entregou ao menos 40 viaturas para o Estado. “Elas foram enviadas para diversas cidades que precisavam deste reforço. Tenho que fazer um levantamento de quantas foi e para que cidade, pois não tenho isso de cabeça”, explica.

Segundo ele, no entanto, Campo Grande tem atualmente dez URs, sendo seis em funcionamento em diferentes quartéis e quatro em reserva, para casos em que seja necessário ‘baixar’ outra.

Sobre as viaturas flagradas por vizinhos do pátio na periferia da Capital e fotografadas pela reportagem do Midiamax na manhã desta segunda-feira (7), o comandante disse que “algumas vão a leilão, outras estão esperando peças que já estão em fase de licitação e as demais já estão sendo arrumadas para saírem de lá”, diz .

Ele revelou que não tinha informações sobre a suposta ‘baixa’ da Magirus.

Conteúdos relacionados