Antigo lixão vira bairro de contrastes na Capital
Imóveis de alto padrão dividem espaço com casas rústicas no Bosque da Saúde, área que é alvo de disputa judicial entre proprietários e o município
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Imóveis de alto padrão dividem espaço com casas rústicas no Bosque da Saúde, área que é alvo de disputa judicial entre proprietários e o município
Um bairro de muitos contrastes assentado sobre um antigo lixão em Campo Grande. Residências de alto padrão misturam-se a casas simples e pequenos comércios no Bosque da Saúde, área de ocupação recente na região norte da cidade, mas que já enfrenta diversos problemas.
A vila, que fica entre o bairro Nossa Senhora Aparecida e a avenida Tamandaré, defronte ao Seminário, conta com 13 quadras e 328 lotes. O terreno pertence à Sociedade Imobiliária Sumaré, e a regularização das moradias está ameaçada por um litígio judicial entre a empresa e o município de Campo Grande.
A prefeitura planejou várias ruas e inclusive já pavimentou a rua Mirabela, lateral à vila e que serve como corredor de ônibus. Por outro lado, a empresa tenta negociar a venda do terreno, mas a prefeitura não aceita pagar o valor solicitado na transação.
A pendenga judicial parece não inibir o livre comércio de lotes – é possível encontrar dezenas de casas em construção com placas de “vende-se”. A especulação imobiliária e a facilidade na comercialização dos lotes fizeram com que surgissem diversos tipos de instalações: desde casarões de esquina com muros de 3 metros de altura, portão eletrônico e cerca elétrica até edículas com telhado de amianto e sem reboco nas paredes.
Há também pequenos comércios: lava-jato, lanchonete, mercearia, oficinas.
As vielas que entrecortam o bairro possuem relevo irregular e acidentado, em maior parte devido às características do terreno do que pela ação da água das chuvas. Como ali existia um lixão, é fácil ver resíduos de todo tipo brotando do solo. Basta escavar a superfície para se deparar com pneus, canos, mangueiras, restos de construção.
Mas o que incomoda mesmo os moradores é o mato alto. Dona Air de Melo, que reside há cinco anos no local, diz que animais peçonhentos frequentemente rondam a vizinhança e até entram nas casas. “É uma bicharada, esses dias quase entrou uma cobra aqui dentro.”, relata a moradora, que cuida de uma criança. A limpeza dos terrenos não é feita pela maioria, mesmo assim os vizinhos são vigilantes. “A gente tem que estar se cuidando. Aqui é um pelo outro”, explica.
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