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Retomada do Vale do Javari é ‘ato de responsabilidade’, diz presidenta da Funai

A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, disse que o evento realizado hoje (27), na sede da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), consiste não somente em um ato simbólico, “mas de responsabilidade”, tendo em vista a vulnerabilidade em que o Estado deixou o indigenista Bruno Pereira e … Continued
Agência Brasil -
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Atalaia do Norte (AM), 27/02/2023 - A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, durante visita a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), para anunciar a retomada de ações de proteção a povos indígenas (Agência Brasil)

A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, disse que o evento realizado hoje (27), na sede da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), consiste não somente em um ato simbólico, “mas de responsabilidade”, tendo em vista a vulnerabilidade em que o Estado deixou o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.

Para ela, o governo federal tem uma dívida com as famílias de ambas as vítimas, que foram assassinadas por denunciar crimes na região do Vale do Javari, como o garimpo e a caça ilegais:

“A gente tem que buscar pela justiça, pela investigação, não somente pelo Bruno ou Dom, ou por Maxwell, por outros servidores, que estão aqui com a gente, pelas nossas lideranças, que continuam sendo ameaçadas e já estão alertando isso faz um tempo”, argumentou Joenia.

Presente no evento, a viúva de Bruno Pereira, a antropóloga Beatriz Matos, contou que seus filhos também sofreram ameaças após a morte de Bruno. Ela lamentou o episódio e ressaltou que vai fazer de tudo para evitar que os indígenas da região passem pela mesma situação. Neste mês, ela se tornou diretora de Proteção Territorial e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, no Ministério dos Povos Indígenas.

A ministra disse que a Funai retoma agora sua força e traz “notícias concretas, não apenas sonhos”. A precariedade com que equipes do órgão trabalham é um dos aspectos que merecem atenção, segundo ela. “Sem uma reestruturação das redes de proteção, sem condições de trabalho, é difícil a gente continuar essa obrigação do Estado”, disse a ministra.

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