Mendonça será relator de ação sobre compras de imóveis pela família de Bolsonaro

Família negociou 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos em dinheiro vivo

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André Mendonça e Bolsonaro (Reprodução)

O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), será o relator da ação na Corte apresentada ontem pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar as compras de imóveis pela família Bolsonaro com dinheiro vivo.

Os detalhes das transações foram revelados nesta semana pelo UOL. A reportagem exclusiva publicada pelo UOL mostrou que quase metade do patrimônio em imóveis do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. Desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos em dinheiro vivo, segundo declarado pelos próprios membros da família.

Randolfe, que integra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiantou ao UOL News que acionaria o STF. “Com o salário legal que a gente recebe não é possível [enriquecer na política]. Estou há 10 anos em Brasília e não moro em mansão, moro no mesmo apartamento funcional e não comprei mansão. Não tenho carros de R$ 1 milhão, de R$ 500 mil, não tenho patrimônio dessa natureza”.

O ministro André Mendonça mantém uma postura alinhada a Bolsonaro no STF. Em discurso durante evento da Assembleia de Deus em Imperatriz (MA), em julho, o presidente expôs o alinhamento ao seu governo. O chefe do Executivo disse que o pastor evangélico era como um “freio” na Corte.

“Fiz um compromisso durante a campanha de indicar um terrivelmente evangélico para o STF. E assim o fiz. Indicamos e temos um pastor [André Mendonça], que também é um ser humano e pode errar, mas tenho certeza que as pautas conservadoras estarão com ele. O ativismo judicial não será aprovado porque esse pastor tem o poder de pedir vista do processo. É um freio que colocamos lá dentro”, afirmou, na ocasião.

(Uol)

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