Estudantes de medicina são criticados após gritos elitistas em evento: ‘Sou playboy! Não tenho culpa se seu pai é motoboy’
Universidade e Diretório Acadêmico de Medicina repudiaram o comportamento dos estudantes
Fábio Oruê –
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“Sou playboy! Não tenho culpa se seu pai é motoboy”: Este canto de guerra dos estudantes de medicina viralizou e foi alvo de críticas nas redes sociais, na segunda-feira (10), por ser considerado classista e elitista. O grito foi entoado durante um evento esportivo universitário, em Vassouras (RJ).
O caso aconteceu durante uma partida do Intermed RJ-ES, que reúne turmas de medicina do Rio de Janeiro e do Espírito Santo em competições de diversas modalidades. Nas imagens, que circulam na rede, universitários da UNIG (Universidade Iguaçu) podem ser vistos entoando o cântico.
Confira:
Sem comentários para esse grito de guerra da UNIG-RJ pic.twitter.com/AgyKk6CnwA
“Só podia vir da boca desses ‘mediciners’”, afirmou um internauta no Twitter, onde vídeo se viralizou rapidamente. “Eles se acham os melhores em tudo”, disse outro.
Um dos internauta ainda sugeriu um novo bordão para os alunos da Unig, fazendo uma crítica pelo curso ser particular: “Dez mil reais. Dez mil reais. É o preço que tu paga por não ter estudado mais”.
Outro internauta sugere um novo bordão para os alunos da Unig, criticando aqueles que teriam escolhido cursar faculdade particular por não conseguir passar no vestibular das universidades públicas: “Dez mil reais. Dez mil reais. É o preço que tu paga por não ter estudado mais”.
Unig se manifestou
Em nota, a Unig ressaltou que é contra e repudia qualquer tipo de discriminação, inclusive por classe social ou condição financeira, e que lamenta profundamente o episódio.
“A intolerância, em qualquer de suas modalidades, só se presta a dividir ainda mais nossa sociedade, que, mais do que nunca, precisa de respeito, integração e união”, diz a nota divulgada no Instagram.
A Unig ainda diz que não é responsável sobre frases ditas por seus alunos, principalmente em ambiente externo, não conseguindo, portanto, evitá-las, mas que, diante dos fatos e das disposições de seu código de ética e conduta, “adotará todas as providências possíveis para que episódios similares não se repitam, pois contrários aos princípios pregados pela universidade”.
Sinceras desculpas
O Diretório Acadêmico Dr. Renam Catharina Tinoco (DARCT), do curso de medicina da Unig, divulgou nota em que pede “sinceras desculpas” por atitude e conduta imaturas de certos discentes.
“Não compactuamos com nenhum tipo de repressão ou desrespeito à raça, gênero ou classe social. A ação de alguns poucos alunos não representa o pensamento dos demais. Infelizmente não temos controle sobre cada torcedor, porém todas as medidas necessárias para que isso não se repita foram tomadas”, escreveu o diretório.
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