Juiz nega pedido do MPF para mandar hacker de Moro e Deltan de volta à prisão
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, rejeitou nesta quinta, 25, novo pedido do Ministério Público Federal (MPF) para decretar a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, líder do grupo de hackers que invadiram os celulares do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, do ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol […]
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O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, rejeitou nesta quinta, 25, novo pedido do Ministério Público Federal (MPF) para decretar a prisão preventiva de Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, líder do grupo de hackers que invadiram os celulares do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, do ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol e de outros centenas de figuras públicas e autoridades do País.
Vermelho foi preso pela primeira vez em julho de 2019 na Operação Spoofing, que mirou a invasão de diversos aparelhos de autoridades. Foi a partir desta invasão que foram descobertas mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol sobre diversos processos da Lava Jato, agora em posse da defesa do ex-presidente Lula. Em setembro daquele ano, o juiz Ricardo Leite revogou a preventiva e colocou o hacker em liberdade, mediante cautelares.
Uma das restrições proíbe Vermelho de acessar a internet. Foi por conta de uma violação à essa medida que o MPF pediu a nova prisão do hacker. Segundo a Procuradoria, Walter Delgatti Neto estaria dando entrevistas sob o argumento de que quem estaria acessando a internet era seu advogado, Ariovaldo Moreira. Na última delas, em 16 de fevereiro à TV 247, o hacker teria feito comentários sobre conversas hackeadas que são alvo da Spoofing.
“Não há que se falar que a presença do advogado afasta o descumprimento da condicionante; ao contrário, reforça a sua consciência quanto à proibição e a busca por meios diversos para burlar as proibições as quais está sujeito”, frisou o MPF. “O fato de Walter não ter clicado no computador para acessar a internet é desimportante, pois a decisão é clara quanto à proibição de não acessar a internet, de forma direta, ou indiretamente com a ajuda de terceiros, e que o uso de videoconferência apenas poderia ocorrer para compromisso com a Justiça”.
Durante a audiência, o juiz Ricardo Leite concordou com os pontos apresentados pela Procuradoria, frisando que havia proibido Vermelho de acessar a internet direta e indiretamente. O magistrado citou que o hacker já teria burlado outras proibições, como na ocasião em que concedeu entrevista a veículos de imprensa através de recados repassados durante as audiências na prisão.
“É uma conduta que vem se repetindo. Sempre falando de coisas de processo, desta investigação. Ele extrapolou essa questão falando das mensagens”, anotou o juiz.
Apesar de negar o pedido da Procuradoria por ora, Ricardo Leite fixou que poderá decretar a prisão preventiva se Vermelho continuar a burlar as medidas cautelares imposta pela Justiça, seja acessando a internet direta ou indiretamente ou concedendo entrevistas a qualquer veículo em qualquer formato para comentar sobre o processo.
Preso na primeira fase da Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto afirmou à PF ter hackeado o celular de diversas autoridades do País, incluindo de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro.
O hacker disse ainda ter repassado o conteúdo obtido ilegalmente em aplicativos de mensagens de procuradores ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. O portal tem divulgado desde 2019 uma série de reportagens que ficou conhecida como ‘Vaza Jato’. Delgatti negou que tenha recebido dinheiro para repassar o material.
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